Águas de Manaus é criticada por tarifas abusivas e falta de investimentos em saneamento
Manaus/AM – Residentes do bairro Jorge Teixeira enfrentam aumentos alarmantes nas tarifas de água e esgoto da concessionária Águas de Manaus, que saltaram de R$ 200 para até R$ 1.800 em poucos meses. Em resposta a essa situação crítica, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) instaurou, em 24 de fevereiro de 2023, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a falta de investimentos da empresa e possíveis irregularidades, como interrupções no fornecimento e discrepâncias nas cobranças.
A CPI visava esclarecer por que obras essenciais de saneamento têm sido custeadas pelo poder público, enquanto a concessionária tem se mostrado omissa em suas responsabilidades. A investigação culminou em um acordo, fechado em 25 de maio de 2023, que estabeleceu uma redução de 25% na taxa de esgoto em Manaus. Este acordo, com duração de quatro anos, foi formalizado por meio de um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) assinado entre a CMM, a Prefeitura de Manaus, a Agência Reguladora de Serviços Públicos (Ageman) e a Águas de Manaus.
Além disso, a Aegea Saneamento, controladora da Águas de Manaus, possui um histórico marcado por denúncias de corrupção e operações fraudulentas em outros estados, levantando questionamentos sobre sua atuação no Amazonas. A empresa também é alvo de críticas por sua ineficiência, colocando Manaus entre as piores cidades do Brasil em termos de saneamento, segundo o Instituto Trata Brasil.
Nesse cenário, os moradores se sentem cada vez mais abandonados, enquanto a concessionária reporta um aumento de 93% em seus lucros apenas nos anos de 2022 e 2023. A situação ressalta a necessidade urgente de uma gestão pública mais transparente e eficaz, especialmente em um estado onde o acesso à água potável e ao saneamento básico deve ser considerado um direito fundamental, e não um privilégio.
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