Famílias abrem caixões para ter certeza que estão enterrando parente certo em Manaus
Manaus/AM - Uma cena bastante incomum foi flagrada no cemitério Tarumã. Familiares de ao menos sete pessoas que morreram tanto por covid-19 como outras doenças, que estavam na fila de espera para serem enterrados em valas comuns decidiram por conta própria abrir os caixões, para ter certeza de que eles estavam enterrando o parente certo. O flagra foi registrado pelo site Yahoo.
Segundo um funcionário do cemitério, que preferiu não se identificar, a atitude das pessoas foi devido as últimas notícias sobre a troca de corpos nos hospital públicos da cidade deixando os familiares com receio de estar enterrado a pessoa errada.
“Não é o certo abrir os caixões, mas do jeito que está a coisa, estamos deixando para evitar problema”, disse o funcionário à publicação.
Sobrecarregado com um aumento de 300% nas mortes nessas últimas semanas por conta da crise do novo coronavírus, o sistema funerário de Manaus está em colapso. Os sepultamentos já passam de 100 por dia e os corpos têm sido armazenados em câmaras frigoríficas enquanto aguardando o sepultamento.
Pelas recomendações do Ministério da Saúde, os protocolos para manuseio de cadáveres nesses tempos de pandemia deveriam ser rígidos. Para vítimas de Covid-19, comprovadas ou suspeitas, a recomendação é para que o corpo seja envolto em mortalhas e os caixões sejam lacrados. Não deveria haver velórios e um número mínimo de familiares podem acompanhar o sepultamento. Mas com o caos que vive Manaus, apenas parte dessas recomendações estão sendo seguidas.
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