Manaus/AM - O governo Jair Bolsonaro (PL) recebeu mais de mil relatórios de seus agentes de inteligência sobre a pandemia, com projeções de casos, mortes e medidas para controlar a doença. No entanto, a gestão do ex-presidente ignorou todos os alertas e até boicotava algumas orientações, conforme reportagem divulgada nesta sexta-feira (28) pela Folha de S.Paulo.

Um dos alertas recebidos e ignorados pelo governo Bolsonaro foram em relação à falta de oxigênio no Amazonas, em janeiro de 2021. O relatório indicava que o cenário poderia se repetir em outros estados.

O ex-presidente disse na época que o governo foi "além daquilo que somos obrigados a fazer" sobre a crise no estado. Contudo, os relatórios indicam que a gestão passada ignorou os alertas sobre a falta de oxigênio, que foi uma das maiores tragédias da pandemia no Brasil.

Os relatórios foram elaborados entre março de 2020 e julho de 2021 pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ou por setores sem identificação, segundo a Folha.

A gestão passada manteve os relatórios em sigilo. O governo Lula (PT) revogou a medida recentemente.

Todos os documentos reforçam que Bolsonaro ignorou os relatórios indicando crise no país com os casos de Covid-19 e que também não levava em consideração as recomendações do Ministério da Saúde.