Caso Julieta Hernández: Promotor recusa reclassificar assassinato como feminicídio
O novo promotor de Justiça, Gabriel Salvino Chagas do Nascimento, rejeitou o pedido da família da artista venezuelana Julieta Hernández para reclassificar seu assassinato como feminicídio. Nascimento assumiu o caso após a saída da antiga promotora, Fábia Melo Barbosa de Oliveira, que se declarou suspeita por "motivo de foro íntimo".
A informação foi confirmada pela colunista da Folha de S. Paulo, Mônica Bergamo. Segundo ela, os familiares criticaram a decisão, destacando a crueldade do crime, incluindo estupro e morte violenta. A União Brasileira de Mulheres (UBM) e o Ministério das Mulheres apoiam a reclassificação, alegando que o crime contra Julieta tem características de misoginia e xenofobia.
No seu parecer, obtido pela coluna, o promotor Nascimento afirma que "não há qualquer prejuízo em seguir o feito conforme a denúncia ofertada". "Não se trata do momento apropriado para se discutir teses jurídicas em abstrato, eis que são questões de mérito", diz também.
Julieta Hernández, que viajava de bicicleta pelo Brasil, foi morta em Presidente Figueiredo, no Amazonas, no ano passado. Em janeiro, o Ministério Público do Amazonas denunciou Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos por latrocínio, estupro e ocultação de cadáver. O casal confessou os crimes.
A irmã de Julieta, Sophia Hernández, e a UBM estão liderando uma campanha para mudar a tipificação dos crimes. Elas se reuniram com autoridades e pediram a reclassificação para feminicídio, argumentando que a brutalidade do crime vai além do latrocínio.
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