Chuvas no Acre deixam alerta para risco de inundações na capital e municípios
Devido ao intenso período chuvoso no Acre, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) deu início à operação do Sistema de Alerta da Bacia do Rio Acre (SAH Acre), com o objetivo de intensificar o monitoramento fluvial e informar sobre os níveis dos rios, além de alertar para possíveis inundações nas áreas observadas.
Os municípios contemplados são Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Rio Branco. A iniciativa visa apoiar ações destinadas a prevenir desastres ou minimizem os impactos das cheias.
Os dados serão divulgados semanalmente em boletins com resumos dos níveis dos rios e acumulados de chuva, sendo o primeiro já disponível. Além disso, é possível acompanhar informações em tempo real por meio da plataforma SACE. A operação do sistema permanente
A Bacia Hidrográfica do Rio Acre, localizada ao sul da Amazônia Ocidental, é uma sub-bacia do Rio Amazonas e possui caráter transfronteiriço, fazendo divisa com Peru e Bolívia, além de estar próxima ao estado.
Segundo o engenheiro hidrólogo e pesquisador do SGB, Guilherme Jordão, o trabalho desempenhado é crucial para auxiliar as defesas civis e gestores na tomada de decisões, além de informar a população sobre as condições dos níveis dos rios e tendências de variação. Jordão destaca que o Rio Acre apresenta grande variação nas vazões diárias, o que impacta frequentemente as populações ribeirinhas, principalmente entre dezembro e abril. Por isso, o Sistema de Alerta é acionado nesse período crítico para lidar com possíveis situações extremas.
Apesar das alterações climatológicas indicarem chuvas abaixo da média para os próximos meses, é importante permanecer em alerta. O pesquisador explica que, devido à lentidão do escoamento do Rio Acre, um evento de chuva pode gerar enchentes prolongadas dependendo da localidade onde ocorra.
Em março de 2024, o estado passou uma grande cheia após chuvas intensas em período curto. Em Rio Branco, o rio atingiu 17,89 m, a segunda maior marca já registrada, atrás apenas do recorde de 18,53 m em 2015. Em Brasiléia, a máxima histórica foi de 15,58 m, enquanto em Xapuri o pico chegou a 17,08 m, segunda máxima histórica, atrás do recorde de 18,24 m, em 2015.
O monitoramento é realizado por meio de estações telemétricas e convencionais da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% dessas estações, gerando informações que melhoram para a prevenção de desastres, gestão de recursos hídricos e pesquisas, todos disponíveis na plataforma SACE.
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