Covid: Mortes em domicílio aumentam 114% em janeiro em Manaus
Levantamento da rede pública de saúde do Amazonas revela que, nos dez primeiros dias de dezembro de 2020 morreram 64 pessoas em domicílios em Manaus. Nos dez primeiros dias de janeiro, porém, o número aumentou para 137 - aumento de 114%.
No primeiro dia de 2021 morreram onze pessoas em residências. O número passou para 15 no dia 8, 14 no dia 9 e 27 no dia 10 de janeiro.
Para o epidemiologista e pesquisador da Fiocruz/Amazônia, Jessem Orellana, a situação é prova da ineficácia do sistema hospitalar de atender pacientes com Covid-19 de forma adequada.
Em um alerta epidemiológico enviado a diversos órgãos públicos do Amazonas e de Brasília, Orellana apontou que ocorreram, somente nos 12 primeiros dias de janeiro, 446 mortes por Covid-19, um aumento de 11,8% em relação à soma de todas as mortes registradas nos meses de julho, agosto e setembro do ano passado.
"Há pessoas literalmente morrendo sufocadas em suas casas", disse o especialista ao UOL. "São centenas de pacientes em fila para internação em leito clínico e de UTI (Unidade de Terapia Intensiva)".
"Estou revivendo o que assisti em abril de 2020. É simplesmente uma repetição, mas em uma escala maior", disse Orellana.
De acordo com o pesquisador, os 465 leitos de UTI para casos de Covid-19 e 80 para casos suspeitos estão lotados, enquanto há "centenas" de pessoas aguardando a internação.
Na comparação com setembro do ano passado, a ocupação de leitos clínicos por pacientes com síndrome respiratória aguda grave por Covid-19 aumentou 636%.
Em um alerta epidemiológico enviado a diversos órgãos públicos do Amazonas e de Brasília, Orellana apontou que ocorreram, somente nos 12 primeiros dias de janeiro, 446 mortes por Covid-19, um aumento de 11,8% em relação à soma de todas as mortes registradas nos meses de julho, agosto e setembro do ano passado.
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