CPI da Saúde revela esquema que forneceu respiradores à Susam
Manaus/AM - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde da Assembleia Legislativa do Amazonas apresentou hoje (12) o relatório que comprova irregularidades na compra de 28 respiradores hospitalares pela Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam).
A primeira irregularidade foi a troca do modelo de respirador que seria comprado para atender pacientes com coronavírus. Ao invés de adquirir respiradores para uso em UTIs (modelo ID-126409), a secretaria comprou modelos portáteis (modelo ID-120472), usados em ambulâncias.
Outra irregularidade foi o processo licitatório para compra dos aparelhos. A empresa Sonoar apresentou à Susam o orçamento de R$ 2,48 milhões para fornecer 28 respiradores. Embora a empresa tivesse o menor preço no processo licitatório, ela foi excluída do pregão.
A vencedora da licitação foi a empresa FJAP e Cia, que cobrou R$ 2,97 milhões pelos 28 aparelhos. A empresa ficou conhecida por ser uma revendedora de vinhos. Por causa da manobra, o governo do Estado pagou R$ 496 mil a mais pelos respiradores.
Após investigação, a CPI constatou que a FJAP não tinha os aparelhos para fornecer ao governo, por isso comprou os respiradores da Sonoar, que havia sido excluída do pregão pela Susam.
Para justificar o alto preço dos aparelhos, a FJAP argumentou que as máquinas vinham dos Estados Unidos, e que devido a falta de respiradores para atender o mercado, o preço foi inflacionado pelos vendedores internacionais.
Porém a CPI descobriu que os aparelhos não foram importados. As máquinas já estavam em Manaus, o que não justifica o sobrepreço cobrado pela FJAP. A Sonoar também foi desmascarada, pois mentiu ao dizer que os respiradores tinham que ser comprados com urgência em fábricas dos Estados Unidos e China.
Por causa da manobra, um respirador que custa em média R$ 45 mil foi vendido para Susam por R$ 104 mil.
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