Crimes ambientais são maioria dos processos na Defensoria Pública do Meio Ambiente
Casos de poluição sonora, descarte de lixo em local inapropriado, construção em área de preservação, transporte irregular de madeira e venda ilegal de pescado estão entre os principais crimes ambientais que constam nos processos em que há atuação da Defensoria Especializada em Meio Ambiente e Questões Agrárias, unidade da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) que presta assistência jurídica aos acusados de crimes ambientais.
De janeiro a abril deste ano, a Especializada da DPE-AM localizada no bairro São Francisco, zona centro-sul de Manaus, registrou 145 atendimentos, grande parte em audiências de instrução e julgamento e de defesa prévia de réus em ações penais que tramitam na Vara Especializada do Meio Ambiente e Questões Agrárias (Vemaqa), do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
De acordo com a titular da Especializada, defensora pública Monique Rodrigues da Cruz, em grande parte dos atendimentos, os réus alegam desconhecer a prática de crime. Segundo ela, o desconhecimento da Lei de Crimes Ambientais ainda contribui para o grande índice de ocorrência de crimes e demonstra a necessidade de mais iniciativas voltadas à educação ambiental da população.
Entre as iniciativas existentes, Monique Cruz destaca a realização das Oficinas Ambientais, no Espaço da Cidadania Ambiental (Ecam), no Manauara Shopping, zona centro-sul de Manaus, que tem permitido reduzir a incidência de crimes ambientais, sobretudo na área urbana. O Ecam é resultado da parceria da Vemaqa, Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Batalhão Ambiental e Manauara Shopping. As Oficinas Ambientais são coordenadas pela Vemaqa e contam com a parceria da Defensoria Especializada em Meio Ambiente e Questões Agrárias.
No Ecam, segundo Monique Cruz, a Defensoria Pública do Amazonas tem contribuído com a educação ambiental por meio de palestras que esclarecem a Lei de Crimes Ambientais. “Percebemos nos casos que acompanhamos que a educação ambiental tem ajudado a reduzir bastante a reincidência na prática desse tipo de crime, o que contribui para uma convivência mais harmônica com o meio ambiente”, ressaltou.
“Defensoria Consciente”- Institucionalmente, a DPE-AM também busca manter e incentivar práticas ambientais corretas, afirmou a defensora pública, ao destacar o projeto “Defensoria Consciente”, que teve início no ano passado e que, entre outras atividades, incentiva a coleta seletiva de lixo nas 21 unidades e núcleos da instituição em Manaus, que são recolhidos e encaminhados a associações civis que trabalham com material reciclável.
O projeto também incentiva a doação de roupas, calçados, brinquedos e livros para instituições que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social e, no caso de roupas, a presos que serão julgados em audiências de custódia.
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