Empresário nigeriano é absolvido pela Justiça após prisão sem provas em Manaus
Manaus/AM – Um empresário nigeriano, Daniel Chinedu Dickson, de 46 anos, luta para reconstruir sua vida após ter sido preso injustamente em Manaus, em 2020. Após seis meses de cárcere e sem provas concretas, ele foi absolvido da acusação de tráfico de drogas.
A prisão de Daniel ocorreu durante uma operação policial que visava desarticular uma quadrilha especializada em roubos de veículos de luxo, que estavam sendo remetidos a Tabatinga, interior do Amazonas. Na ocasião, o então secretário de Segurança Pública Louismar Bonates afirmou que Daniel e outro homem, Okolie Goodwill Eze, utilizavam os carros roubados para trocar por drogas e transportavam cocaína líquida.
Como aconteceu
O empresário relatou que Okolie apareceu em sua empresa com policiais pedindo ajuda para tradução, mas os agentes não permitiram que ele traduzisse. Após revistarem sua loja e casa, onde nada ilícito foi encontrado, os policiais foram ao local onde Okolie residia. Lá, Daniel foi isolado em um quarto e não presenciou a suposta apreensão de drogas.
Ele também afirmou que, na delegacia, não havia tradutores, foi impedido de falar com um advogado e sofreu agressões físicas. Okolie confirmou que pediu ajuda ao empresário devido à dificuldade de comunicação com os agentes, mas os dois foram detidos.
Entretanto, a Justiça não encontrou provas suficientes para condenar Daniel. Em sua decisão, o juiz Rafael Rodrigo da Raposo, da 4ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes, afirmou que "não há provas suficientes para embasar uma sentença condenatória".
Em sua defesa, Daniel alega que não tinha nenhum tipo de envolvimento com Okolie.
O empresário nigeriano entrou com uma ação contra o Google para remover publicações sobre sua prisão, mas o processo foi arquivado por falta de pagamento das custas iniciais.
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