Estudo do Mapbiomas mostra falta de espaços verdes nas escolas de Manaus

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Manaus é a quarta capital do pais no ranking das escolas sem área verde no lote, com apenas 51% delas contando com alguns espaços para a natureza, ficando abaixo de Salvador, que ocupa o primeiro lugar, com 87%, São Luís, com 55% e Fortaleza, com 54% das unidades de ensino dotadas de espaços para o verde entre as capitais.

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Os dados são de um estudo realizado pelo Instituto MapBiomas e o Instituto Alana, que analisou uma amostra composta por 20.635 unidades escolares de educação infantil e ensino fundamental de todas as 26 capitais brasileiras e mostrou que o problema é comum no País onde mais de um terço das escolas nas capitais brasileiras não dispõem de áreas verdes em seus espaços.
Quanto ao entorno dos estabelecimentos, a capital amazonense é terceira no ranking de capitais sem praças e parques nas proximidades, numa distância de 500 e 1.000 metros das unidades de ensino.
O estudo, realizado no ano passado, tem o objetivo de mostrar a importância de espaços como praças e parques para o desenvolvimento da educação integral, especialmente com as mudanças climáticas.
“As praças e parques podem ter especial relevância para o bem-estar de crianças e adolescentes que estudam em escolas sem áreas verdes em sua infraestrutura”, destacam os pesquisadores. As escolas situadas em áreas com mais vegetação, especialmente árvores, são as mais bem adaptadas à emergência climática, oferecendo refúgio para ondas de calor extremo para toda a população, pontuam os pesquisadores.
Para a análise de risco foram mapeadas quais escolas estão inseridas em alguma área da Base Territorial Estatística de Áreas de Risco (BATER), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Conaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em 2018
A pesquisa revelou que cerca de 370,5 mil crianças matriculadas na educação infantil e no ensino fundamental estudam em escolas localizadas em áreas de risco nas capitais do Brasil.
Muitas dssas escolas estão em locais suscetíveis a condições hidrometeorológicas e climáticas capazes de deflagrar processos como inundações, enxurradas e deslizamentos.
A maioria das escolas em áreas de risco (57%) não têm área verde no lote. Proporcionalmente, mais escolas públicas estão em área de risco do que escolas particulares (59% e 41,4% respectivamente).
Como a maioria das escolas em áreas de riscos são municipais, as prefeituras têm a oportunidade de atuar para diminuir o risco de seus equipamentos de ensino. Do total de escolas, 47,1% delas estão em área de risco são municipais, 41,4% são particulares e 11,5% são estaduais.
Outro dado importante é que 89,6% das escolas em áreas de risco estão dentro ou em um raio de até 500 metros de favelas e comunidades urbanas. Do total de escolas em áreas de risco, 51,3% das que estão em áreas de risco são predominantemente negras, percentual que cai para 4,7% de escolas brancas. Isso representa 14,4% e 2,4% do total de escolas negras e brancas, respectivamente.
Com a nova realidade climática, com maior frequência e intensidade de eventos extremos, como deslizamentos de terra, enchentes e inundações, o estudo recomenda reformas nas escolas visando a mitigação dos riscos climáticos e, nos casos em que isso não for possível, construir novas escolas em áreas seguras e saudáveis, considerando o pertencimento da comunidade escolar aos territórios afetados.

ASSUNTOS: Amazonas