Estudo revela que peixes vendidos no Amazonas estão contaminados por mercúrio
Manaus/AM - Amazonenses e a população de outros cinco estados da Amazônia brasileira estão consumindo peixes contaminados com alto teor de mercúrio. O percentual do metal presente nos peixes comercializados em feiras locais chega a ter 21,3% da concentração aceitável do metal, que é de 0,5 micrograma por grama.
A informação foi divulgada na manhã desta terça-feira (30) e é resultado de uma pesquisa desenvolvida por profissionais da Fiocruz.
A instituição analisou peixes comercializados nos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima, destes, os mais afetados são Roraima e Amazonas por conta da contaminação causada pelos garimpos.
No Amazonas, as cidades que registraram maior teor de mercúrio nos peixes são Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira.
Manaus também está na escala de alerta, com concentração de mercúrio no nível de 27, 45% nos peixes mais consumidos como Tambaqui, Curimatã, Tucunaré e outros.
A situação é ainda mais preocupante em Roraima, onde a contaminação dos peixes por mercúrio supera os 50%. A maioria do pescado impróprio é vendida em feiras e mercados da capital Boa Vista.
Em rios localizados na terra Yanomami, estudos anteriores já detectaram que as águas estão com 8.600% de contaminação pelo metal.
Ao todo, foram coletados 1.010 peixes em 17 municípios diferentes, incluindo as capitais desses estados. Entre as espécies estão 110 herbívoros, 130 detritívoros, 286 onívoros e 484 carnívoros, destes, a classe dos carnívoros é 14 vezes mais contaminada do que as demais.
Para os estudiosos, a pesquisa acende um alerta urgente de combate aos garimpos e políticas públicas que detenham a contaminação.
O consumo de mercúrio é perigoso e pode causar doenças neurológicas, vasculares e renais gravíssimas na população, sobretudo em grávidas, crianças e idosos.
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