Fórum exige melhorias na Águas de Manaus e justiça no esgotamento sanitário
Manaus/AM - A insatisfação da população manauara com os serviços de abastecimento de água e esgoto, fornecidos pela concessionária Águas de Manaus, mobilizou diversas organizações e movimentos sociais que formam o Fórum das Águas do Amazonas. A concessão, iniciada em 2000, já enfrentou múltiplas impugnações e investigações, incluindo três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) que revelaram irregularidades e a precariedade dos serviços prestados. Além disso, as críticas se intensificam diante da constatação de que apenas 26% da cidade é atendida por um sistema de esgotamento sanitário eficiente, resultando em graves problemas de saúde pública e ambiental.
As queixas da população são alarmantes: as tarifas de água estão entre as mais altas do Brasil, muitas comunidades ainda carecem de água potável, e a qualidade da água é considerada inadequada em diversos bairros. O Fórum das Águas destaca que a fiscalização dos serviços é ineficaz e que a ampliação da infraestrutura é frequentemente custeada com recursos públicos, enquanto os lucros permanecem nas mãos da concessionária, pertencente ao grupo Aegea Saneamento. Em comparação internacional, a situação de Manaus reflete um fenômeno observado em várias cidades do mundo, onde a remunicipalização dos serviços de água e esgoto se tornou uma alternativa para reverter a privatização fracassada.
O movimento enfatiza que a água é um direito humano fundamental e não deve ser tratada como mercadoria. A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece a água como essencial para a vida e o bem-estar, reforçando a necessidade de proteção contra a mercantilização. O Fórum das Águas apela à consciência sobre a importância da água e as consequências da privatização, que muitas vezes resulta em desigualdade social e degradação ambiental, particularmente nas comunidades mais vulneráveis.
Com o apoio de tradições indígenas que consideram a água um elemento sagrado, o movimento defende uma nova perspectiva sobre os recursos hídricos. A luta por justiça ambiental em Manaus é um apelo à reverência e ao respeito pela água, que é vital não apenas para os seres humanos, mas também para o ecossistema. Diante das crises ambientais e sociais que o mundo enfrenta, é crucial promover uma mudança na forma como a água é gerida, priorizando a sua preservação e o acesso equitativo a todos.
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