Governo federal não prevê abertura de hospitais de campanha no interior do Amazonas
Manaus/AM - A previsão de abertura de hospitais de campanha no interior do Amazonas, principalmente para atendimento aos indígenas, não consta nos planos do Governo Federal, de acordo com informação do secretário de Saúde Indígena (Sesai), Robson Silva. O responsável por coordenar a atuação dos distritos de saúde indígena deu essa declaração nesta terça-feira (26), durante coletiva à imprensa na abertura de ala indígena no Hospital da Nilton Lins, em Manaus.
“Vai haver hospitais de campanha em outros lugares? Não sei, depende do avanço da doença. Respondendo novamente, não sei se a gente vai ter outros hospitais de campanha”, frisou Robson Silva, titular da Sesai.
Segundo o secretário, a Sesai vem atuando dentro das aldeias levando atendimento primário para os indígenas, se antecipando ao vírus. Ele criticou o conceito do hospital de campanha, chegando a dizer que hoje em dia existe um imaginário de cenário de filme de guerra, mas que na realidade se trata de uma logística demorada para sua montagem, algo que segundo ele pode até ser feito, mas quando for concluído o “surto” já pode ter passado.
“O próprio conceito de hospital de campanha ele está um pouco tumultuado hoje em dia. O que é hospital de campanha? Às vezes a gente imagina um monte de barraca, o Bruce Willis descendo de helicóptero, o Rambo chegando… Hoje em dia um hospital de campanha tem de ter eletricidade, logística e quando tudo isso for montado o surto já passou. A gente não vai construir aleatoriamente para fazer uma presença midiática, a gente não vai fazer”, ressaltou Robson.
Robson Silva destacou que o governo federal vem destinando recursos para o estados, só o Amazonas já recebeu R$ 231 milhões, sendo R$ 80 milhões para a capital e restante para o interior, para esclarecer que o apoio vem sendo realizado em outras frentes.
Outro destaque foi a atuação na remoção dos pacientes com casos graves de Covid-19, com a realização de um contrato de R$ 2,5 milhões assinado pelo Governo do Amazonas para uso de UTI aérea, para transferência do interior para Manaus. O secretário de saúde indígena disse que essas remoções são de responsabilidade do Estado e que a Sesai vai atuar apenas na complementação daquilo que o governo não conseguir cobrir.
Ministro não falou
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, não falou com a imprensa durante inauguração da ala indígena do Hospital da Nilton Lins. Não houve informação do motivo dele preferir não falar, mas segundo a Secretaria de Comunicação do Amazonas, Pazuello esteve dentro do hospital, visitando os leitos e depois seguiu para outro evento em Manaus.
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