Musical ‘Pedro e Paula’ no Teatro Amazonas: inclusão dentro e fora do palco
Manaus/AM - Rampas de acesso, recepção atenta, e representatividade no palco são algumas das iniciativas que marcam o espetáculo “Pedro e Paula”, encenado no Teatro Amazonas como parte da programação que integra “O Mundo Encantado do Natal”. O evento reafirma o compromisso com a inclusão de pessoas com deficiência (PCDs) no universo das artes.
O espetáculo da inclusão
Entre os destaques do espetáculo Pedro e Paula está Breno Atala, ator com mobilidade reduzida em uma das pernas, que encanta o público com sua atuação. Para ele, participar de uma apresentação no Teatro Amazonas foi mais do que uma experiência profissional: foi uma oportunidade transformadora.
“É uma honra contracenar com pessoas tão talentosas, que valorizam a arte como ela merece. No início, tive algumas dificuldades por conta da mobilidade, mas os coreógrafos e meus colegas de elenco foram incríveis. Eles me ajudaram a adaptar cada movimento, e isso fez toda a diferença. Conseguimos executar tudo com perfeição”, afirmou Breno.
Ele também destacou a importância do trabalho em equipe durante o espetáculo. “Nos momentos de troca de figurino, principalmente nos mais rápidos, o apoio dos colegas foi essencial. É muito bonito ver todo mundo se ajudando para que tudo aconteça da melhor forma”, comemora.
Acessibilidade na plateia
Bernardo Schussler e Bruno de Matos Braga, ambos com deficiência visual e baixa visão, respectivamente, compartilham suas experiências no Teatro Amazonas, destacando a importância da acessibilidade oferecida pelo espaço. Para ambos, o teatro se apresenta como um ambiente acolhedor, que valoriza a inclusão e proporciona uma experiência única.
A audiodescrição foi, para ele, um recurso essencial para aproveitar a dinâmica do espetáculo, tornando a experiência muito mais completa e acessível.
Teatro para todos
O Teatro Amazonas tem se destacado por seu compromisso contínuo com a acessibilidade, oferecendo recursos e adaptações para garantir que pessoas com deficiência possam vivenciar a arte de forma plena. Marssiclea Brito, assessora de acessibilidade da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, explicou as mudanças e melhorias implementadas ao longo dos anos.
“A acessibilidade já existe há bastante tempo aqui. Primeiro, na parte estrutural, nós já tínhamos rampas, e o piso tátil foi implementado no ano passado. A plataforma de acessibilidade e o elevador, para permitir acesso ao primeiro piso, foram instalados este ano”, contou Marssiclea. Ela também destacou os serviços que o teatro oferece há mais tempo, como a audiodescrição e a tradução em Libras, que estão disponíveis desde 2008.
Além disso, Marssiclea enfatizou o treinamento contínuo de estagiários e equipes que realizam o atendimento durante os espetáculos. “Aqui no teatro, existe uma rotatividade muito grande de estagiários que fazem a visita guiada. Por conta disso, sempre estamos preocupados em oferecer treinamento contínuo a essas pessoas”, declarou.
A responsável pela acessibilidade também falou sobre as recentes inovações que estão sendo implementadas para ampliar a inclusão. “Esse ano, adquirimos abafadores para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que muitas delas precisam durante os espetáculos. Também disponibilizamos tablets para pessoas com deficiência auditiva, permitindo que acompanhem os espetáculos em Libras”.
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