Manaus/AM - A polícia anunciou nesta quinta-feira (20), o indiciamento dos 11 presos envolvidos no caso da ex-sinhazinha do Garantido , Djidja Cardoso.

De acordo com a polícia, as investigações confirmaram que Djidja morreu em decorrência do uso excessivo de Ketamina e Potenay, substâncias de uso veterinário. Também foi atestada a existência da seita “Pai, Mãe, Vida”, liderada por Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão de Djidja.

Conforme o delegado Cícero Túlio, a seita tinha como objetivo induzir funcionários da rede de salões de Djidja, Belle Femme, a fazer uso das drogas, principalmente a Ketamina.

"A gente identificou que houve a fundação de uma verdadeira seita religiosa para fins criminosos, com fomento de prática do tráfico de drogas. Os familiares que fundaram essa seita ofereciam e induziam os funcionários de uma grande rede de salões de beleza"

Durante as investigações, que duraram dois meses, a polícia descobriu que Cleusimar, Ademar e Djidja, com a ajuda do seu namorado Bruno Rodrigues e dos funcionários Claudiele Santos, Marlison Vasconcelos e Verônica Seixas, realizam cultos da seita com a utilização dos entorpecentes.

A drogas foi apresentada a família por Ademar, que inclusive chegou a torturar a ex-companheira para que ela também consumisse.

"Eles já faziam o uso de substâncias entorpecentes como maconha chás cogumelos e substâncias também sintéticas, Quando Ademar passa a um nível de vício um pouco mais avançado, eles decidem a encaminhar o Ademar pra Inglaterra (...) lá em Londres ele tem contato inicial com a substância que é a Ketamina e inclusive chega a torturar a sua companheira obrigando-a a utilizar essa mesma substância, e outras".

O esquema criminoso também contava com a participação de Hatus Moraes, que juntamente com o dono da clínica veterinária Maxvet, José Máximo, e os funcionários dele, Sávio Soares e Roberleno Ferreira,  administradores dos comércios Reino dos Pets e Casa do Criador, fornecia os produtos de uso restrito para a família Cardoso e os funcionários participantes da seita.

"Esses cultos eram promovidos por essa seita religiosa e a partir do Bruno ele apresenta o Hatus que seria uma ponte de ligação entre a família. E um dos fornecedores seria o José Máximo haja vista que o Hatus já fazia a utilização de substâncias produzidas utilizadas no ramo veterinário, então para ele seria mais fácil adquirir essa substância", diz Cícero.

Emicley Araújo, funcionário da Maxvet, também foi preso no processo por ter se livrado de provas  durante buscas da Operação Mandrágora por indícios dos crimes. 

Todos os acusados vão responder de acordo com suas participações no crime. Porém, Cleusimar e Ademar são os que têm mais tipificações.

Cleusimar vai responder por 14 crimes, entre eles tortura, tráfico e charlatanismo, e Ademar vai responder por tráfico, estupro, aborto, entre outros.