Prefeito de Manaus responde insultos de Bolsonaro: 'liderança do submundo das rachadinhas'
Manaus/AM - O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, reagiu nesta sexta-feira (22) às declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre ele durante a reunião ministerial do dia 22 de abril, que teve sigilo quebrado hoje pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello. Leia a íntegra da resposta de Arthur Neto:
"Os insultos do presidente Bolsonaro, dirigidos a mim e a outros homens públicos, representam um verdadeiro “strip-tease moral” feito por quem não tem a mais mínima condição de governar o Brasil.
Transforma a solenidade de uma reunião de Ministério em uma conversa de malandros de esquina. Quebra a liturgia do cargo. Vulgariza a instituição que deveria saber honrar. Exibe despreparo e me põe a questionar todos os presentes: como um ministro pode, sem se desmoralizar, conviver com uma pessoa dessa baixa extração? Que tempos! Que costumes.
Nosso povo merece acatamento e não a submissão a uma liderança do submundo das “rachadinhas” e das milícias, do submundo da ditadura e das torturas.
O presidente da República, em seu criminoso boicote ao isolamento social, em seu desprezo aos indígenas, em seu apreço a garimpeiros que poluem rios, sonegam impostos e invadem áreas indígenas, é claramente cúmplice de tantas mortes causadas pelo Covid 19. Trata-se de um ser despreparado, inculto e deseducado.
Não gosta de mim? Que bom. Sinal de que estou no lado certo da vida. Também não gosto da ditadura que já nos massacrou e que ele gostaria de reviver. Daqui a pouco mais de dois anos, o país estará livre de tão diminuta e mesquinha figura.".
A gravação da reunião ministerial foi divulgada nesta sexta-feira (22) após quebra do sigilo do vídeo apontado pelo ex-ministro Sergio Moro como prova de possível interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal do Rio de Janeiro para supostamente proteger sua família.
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