Satélites identificam mais de 3 mil focos de calor em terras indígenas na Amazônia
Manaus/AM - A Amazônia, o maior bioma do planeta, enfrenta uma nova crise. De acordo com um levantamento do Greenpeace Brasil, as terras indígenas da região estão sendo devastadas por incêndios, com um aumento significativo no número de focos de calor em 2024.
Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados mais de 3.500 focos de calor em terras indígenas da Amazônia, um número alarmante que coloca em risco a biodiversidade e a cultura dos povos originários. As imagens de satélite revelam que as áreas mais afetadas são as já degradadas e convertidas em pastagens.
O problema não se restringe à Amazônia. Em todo o Brasil, foram registrados mais de 12 mil focos de calor em 300 terras indígenas, o que representa 11% do total de focos no país. O Cerrado é o bioma mais atingido, seguido pela Amazônia e pelo Pantanal.
"A atual temporada de fogo ameaça territórios originários em todos os biomas, não somente na Amazônia", alerta Jorge Eduardo Dantas, coordenador da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil. "Como se não bastassem problemas históricos associados às terras indígenas, como invasores, grileiros e garimpos, esses territórios também são vítimas dos incêndios criminosos", completa.
Comparando os dados de 2023 com 2024, o aumento nos focos de calor é significativo. Em agosto do ano passado, foram registrados 28.056 focos, enquanto em 2024, até o dia 28 de agosto, já foram contabilizados 57.528 focos, um aumento de 105%.
As causas dos incêndios são diversas, mas a principal é a ação humana, seja por negligência ou intencionalidade. A expansão da agropecuária, as queimadas para limpar áreas para o plantio e a falta de fiscalização são alguns dos fatores que contribuem para o aumento dos incêndios.
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