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Seca: Cheia dos rios do Amazonas será menos intensa em 2024, alerta SGB

Por Portal Do Holanda

02/04/2024 16h09 — em
Amazonas


Foto: Antônio Lima / Secom

Manaus/AM - O Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou o 1º alerta de Cheias do Amazonas, nesta terça-feira (2). Segundo as informações, os rios Negro, Solimões e Amazonas devem enfrentam uma cheia menos intensa neste ano. 

Segundo o SGB, as previsões, com antecedência de 75 dias para o pico da cheia, contemplam os municípios de Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins, onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas. O evento ocorreu na Superintendência de Manaus (SUREG-MA).

“Para este ano, esperamos que as cotas máximas dos rios do Amazonas fiquem muito próximas às médias históricas em Manaus e Manacapuru. Em Itacoatiara e Parintins, as projeções indicam níveis abaixo do esperado para época e sem ultrapassar a cota de inundação”, explicou a pesquisadora em geociências do SGB Jussara Cury. “Podemos destacar, por meio dos modelos de previsão, que a cheia de 2024 no Amazonas não será de grande magnitude”, completou.

Esse cenário é resultado da seca severa que afetou a região em 2023 e das chuvas abaixo da média, que têm dificultado a recuperação dos rios. “Esse último ano foi um ano de seca severa na Região da Amazônia, com grandes prejuízos para a navegação, o setor produtivo e também para a biota aquática”, ressaltou a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial, Alice Castilho.

Segundo as previsões (com 80% de intervalo de confiança), o Rio Negro deve atingir 27,21 m em Manaus, com possibilidade de chegar à máxima de 28,01 m. “O que representa uma cheia dentro da normalidade”, observou a pesquisadora Jussara Cury. A probabilidade de superar a cota de inundação (27,5 m) é de 32%. Para a cota de inundação severa (29 m), essa probabilidade é de 17,03%, e a chance de chegar à cota máxima (30,02 m em 2021), é de 0,02%.

Já em Manacapuru (AM), o Rio Solimões deve ficar na marca de 18,31 m, com possibilidade de variar até 19,01 m. De acordo com o modelo utilizado, a probabilidade de que o rio alcance a cota de inundação (18,20 m) é de 58%, e a de inundação severa (19,60 m) é de 6,5%. A chance de superar a cota máxima (20,86 m em 2021) é baixa.

Para Itacoatiara (AM), a previsão é que o Rio Amazonas atinja 13,06 m, com possibilidade de chegar à máxima de 13,57 m. A probabilidade de superar a cota de inundação (14 m) é de 29%, e a cota de inundação severa (14,2 m) é de 4,1%. Segundo os modelos de previsão, é muito baixa a probabilidade de superar a cota máxima (15,2 m em 2021).

Em Parintins, o Amazonas deve atingir 7,14 m, com possibilidade de chegar à máxima de 7,58 m. “A probabilidade de superar a inundação (8,43 m) é de 0,46% e mais baixa ainda de superar inundação severa (9,3 m) e a máxima (9,47 m em 2021)”, disse Jussara Cury durante o 1º Alerta de Cheias do Amazonas.

Fim do El Niño - As previsões climatológicas, divulgadas pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), indicam que as chuvas na Região Amazônica podem retornar à normalidade com o fim do El Niño. A chegada do fenômeno climático, em junho do ano passado, alterou os padrões de chuva no país.

“O El Niño está em declínio e cada vez mais fraco. A previsão para o próximo trimestre, de abril a junho, é de chuva dentro da normalidade em boa parte da Amazônia Legal”, afirmou o meteorologista do Censipam Gustavo Ribeiro. No noroeste do Amazonas, na região da Cabeça do Cachorro, no Alto Rio Negro, as projeções indicam chuvas acima da média.

No final do semestre, haverá um período de neutralidade, isto é, sem a presença de fenômenos climáticos. “No segundo semestre do ano, a maioria dos modelos indicam uma possível chance de termos La Niña, que é o inverso do El Niño e intensifica as chuvas na Amazônia”.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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