Seca já traz morte de peixes e ameaça sobrevivência no interior do Amazonas
Por Ana Celia Ossame, especial para Portal do Holanda
A seca extrema dos rios que se apresenta no Amazonas já afeta não só os deslocamentos da população ribeirinha, mas é a produção de peixes, alimento básico do amazonense no interior, com o qual trabalham cerca de 130 mil pescadores e pescadores registrados no Estado.
A morte de dezenas de espécies já é realidade em muitos municípios como Tabatinga, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença e outros da região do Alto Solimões, onde a seca começou primeiro, além do Careiro da Várzea, da região metropolitana de Manaus.
Há registros feitos por moradores no Rio Paraná, na comunidade de Novo Céu, em Autazes.
Mas agora, a realidade é outra e as dificuldades ampliadas. “Todos os 62 municípios estão sendo afetados com essa seca”, afirma Walzenir Falcão, presidente da Federação dos Pescadores do Amazonas (Fepesca), revelando ter encaminhado à Presidência da República uma solicitação de auxílios extras de dois salários mínimos a serem concedidos a esses trabalhadores que não podem trabalhar.
Falcão cita a antecipação da seca, que para chegar ao nível atual só deveria acontecer em outubro e novembro, como justificativa principal para o pedido de auxílio emergencial.
Hoje, segundo ele, já há comunidades isoladas e pescadores e pescadoras precisando de ajuda para continuar sobrevivendo.
“O Amazonas já produziu mais 220 mil toneladas de pescado por anos das mais variedades das espécies de pescado”, explica o presidente, citando entre as espécies mais populares está o jaraqui da escama grossa e o da escama fina, um dos mais consumidos diariamente e durante o ano todo.
Há também os que são destinados à exportação como os bagres, dourado, surubim, piraíba, piramutaba, tucunaré, pescada e o pirarucu.
Com a seca ocorrida ano passado, a produção caiu para cerca de 85 mil toneladas, o que afetou muito os 130 mil trabalhadores que dependem da atividade profissional da pesca para sobreviver.
Para Walzenir, além dos valores em dinheiro, há necessidade de doação de água potável e cestas básicas, para complementar a renda e garantir uma melhor sobrevivência das famílias amazonenses afetadas pela extrema seca dos rios.
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