O senador Eduardo Braga, líder do MDB no Senado, foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de participar de um grupo de políticos que recebia propinas do grupo empresarial Hypera Pharma, do ramo de medicamentos, para favorecer projetos de leis de incentivos fiscais a empresas.

Segundo o colunista Aguirre Talento, do Uol, além dele, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, e outros aliados também foram indiciados por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O caso, que é um desdobramento da Operação Lava Jato, já tramitava em segredo de Justiça há seis anos e agora está nas mãos da Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Segundo a investigação, a empresa de medicamentos liderada por João Alves de Queiroz Filho, na época  chamada Hypermarcas, pagou mais de R$ 20 milhões para os senadores entre os anos de 2014 e 2015, por meio de um lobista intermediário chamado Milton Lyra. 

Todo o esquema ocorria por meio de empresas fantasmas que recebiam quantias vultosas por serviços que nunca prestaram. O fato foi comprovado pela PF tanto por meio de delações premiadas de envolvidos, quanto por meio de documentos encontrados durante a apuração.

Um dos delatores é Nelson Mello, um dos diretores da empresa na época. João Alves também confirmou os pagamentos a Eduardo, Renan e aliados, entre eles Romero Jucá e o filho de Renan Calheiros, Renan Filho, que é ministro dos Transportes no Governo Lula . Entre as informações repassadas por eles, foi informado que Renan chegou a indicar uma pessoa para a diretoria da Anvisa, a fim de facilitar e assegurar benefícios ao grupo farmacêutico.

Após a descoberta do esquema de propinas e com a desvalorização no mercado, a empresa mudou de nome em 2018 para Hypera Pharma e João Alves decidiu se afastar do conselho administrativo da empresa. Contudo, ele ainda é acionista majoritário da mesma. 

Diante do bojo de informações e provas coletadas pela PF, o procurador-geral, Paulo Gonet, deve definir agora se vai denunciar os senadores. Até o momento, Eduardo Braga não se manifestou sobre o indiciamento. Renan Calheiros também não falou com a imprensa sobre o assunto.