A liberação por parte do governo federal para que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgue o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), “após um longo período de impedimento”, foi duramente criticada pelo deputado estadual Abdala Fraxe (PTN), na Assembleia Legislativa do Amazonas nesta quarta-feira (7). O parlamentar ressaltou que o resultado do PNAD deve ser divulgado à população, para que ela tome conhecimento da realidade do país.

Abdala disse que o IBGE é um instituto que passa às vezes despercebido pela população como um todo, mas que tem uma importância fundamental para o dia-a-dia dos brasileiros, tendo em vista que faz todas as pesquisas econômicas no país para o governo federal.  O parlamentar afirmou que o IBGE é um balizador de todos os instrumentos do governo federal para a implantação de políticas públicas.

“É esse instituto que, através de suas pesquisas, descobre onde se precisa de mais educação e de menos segurança, mais transporte e menos saúde. Portanto, sua importância é fundamental para o planejamento, coisa que há muito tempo não temos em nosso País”, informou Abdala, alegando que o IBGE, nos últimos 60 dias, foi impedido pelo governo brasileiro de mostrar para a imprensa e população do país, os resultados dessa pesquisa sobre todas as intervenções econômicas e sociais do país.

Lamentando essa medida, Fraxe disse que muita gente não entendeu o que aconteceu e o porquê do governo não querer que essa pesquisa aparecesse, “mas aos poucos essa situação foi desnudada e apareceu o que queriam que a população não soubessem: o aumento do desemprego no país”.

Segundo Fraxe, no ano de 2013, a despesa com o seguro-desemprego chegou a quase R$ 40 bilhões, sendo esse um questionamento a se fazer, pois o governo quer impedir a população de ter conhecimento desses dados reais, que mostram que a realidade é outra que viria dessa pesquisa do IBGE. “Essa confusão”, disse Abdala, “provocada pelo governo federal no trabalho interno do IBGE foi tão acirrada que duas diretoras de carreira do Instituto pediram afastamento devido a essa intromissão do governo em não permitir que a população tivesse acesso a esses números”.

Segundo Fraxe, felizmente, alguém com “sensatez”, dentro do governo federal, permitiu que a pesquisa não só continuasse, mas fosse mostrada para a população. “Estava marcado para agora, deram uma esticadinha, marcaram para junho. Vamos ver o que vão fazer em termos de mudanças nesses próximos 30 dias para tentar desfazer essa imagem que pegou negativamente para esse governo”, revelou o parlamentar, recebendo aparte favorável do deputado Luiz Castro (PPS).