Terra preta da região Sul do Amazonas é analisada em pesquisa de solos
Manaus/AM- Um estudo de autoria do doutorando em Ciência do Solo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Luís Antônio Coutrim dos Santos, busca determinar as alterações mineralógicas e caracterizar a composição química da matéria orgânica ocorridas em solos de terra preta arqueológica, na região Sul do Amazonas. O projeto de pesquisa, que teve início em 2015, é fomentado pelo Governo do Amazonas, por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados para o Interior do Estado do Amazonas (RH-Interiorização), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Durante o projeto serão estudadas as alterações mineralógicas que possam ter ocorrido durante a formação dos solos antrópicos – solos significantemente modificados pelo uso intenso e continuado do homem, por meio da exploração agrícola, mineral, urbana, etc – da região, além dos solos de terras mulatas e solos não antrópicos, ou seja, que não sofreram nenhuma intervenção do homem.
As áreas estudadas se encontram no município de Apuí, na região Sul do Amazonas, onde serão abertas trincheiras para caracterização morfológica, física, química e mineralógica dos solos, estudando sua densidade, por exemplo. Nas análises mineralógicas serão determinados quais tipos de minerais predominam no solo e se estes sofreram alterações durante o processo de formação de terras pretas.
De acordo com Luís, as análises de solos também serão averiguadas por meio da Ressonância Magnética Nuclear (RMN). “Esta análise será para identificar quais são os principais grupos de carbono que fazem parte da matéria orgânica e irá permitir saber se a matéria orgânica do solo tem uma maior ou menor estabilidade”, explicou. Essas análises servirão de contribuição para entender e fazer inferências sobre a formação dos solos antrópicos da Amazônia, assim como entender a sua estabilidade em meio a este ambiente.
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