Transportadoras são investigadas por cobrar taxa abusiva durante seca no Amazonas
Manaus/AM – O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) instaurou, nesta terça-feira (9), um procedimento administrativo para investigar transportadoras de carga em contêineres por cobrança de taxa abusiva em serviços durante a seca dos rios.
A promotora de Justiça Sheyla Andrade, da 81ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Prodecon), foi quem assinou o processo administrativo.
Segundo a denúncia feita ao MP, as transportadoras estavam cobrando a “taxa de pouca água”, que varia de 5 mil a 5,9 mil dólares (R$ 27 mil a R$ 32 mil) por contêiner, o que deve afetar o transporte de mercadorias a partir de 1º de agosto de 2024.
A promotoria fundamenta sua ação em dispositivos legais, como o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que responsabiliza fornecedores pela reparação de danos aos consumidores, e o artigo 39 do mesmo código, que proíbe práticas abusivas como exigir vantagem excessiva ou elevar preços sem justa causa.
“O MP quer saber a razão pela qual essas empresas querem implementar esse aumento de custo que certamente irá onerar o valor dos produtos, podendo, consequentemente, elevar o valor final dos produtos oferecidos aos consumidores do Estado. Sabemos que a questão da estiagem é sazonal, não é uma surpresa, e todos os fornecedores que atuam nessa área têm conhecimento de que ela vai ocorrer — já está ocorrendo. Queremos ter todas as informações necessárias disponíveis para verificar se essa cobrança pode ser considerada ou não abusiva”, disse a promotora de Justiça Sheyla Andrade.
Ofícios foram expedidos às empresas MSC e Maersk, à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Sedecti) e ao Procon-AM, solicitando manifestações sobre a cobrança no prazo de 48 horas.
Um outro ofício foi enviado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que adote medidas contra as empresas envolvidas para tratar das infrações da ordem econômica.
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