Um homem gravou um vídeo em que aparece espancando e tentando esganar o próprio filho, de apenas 1 ano e 9 meses de idade, e enviou as imagens para a mãe da criança, de 32 anos. A cena foi gravada na véspera do Natal do ano passado, mas só veio à tona em neste mês de fevereiro, após a mulher conseguir se mudar da casa onde morava com o suspeito, em Madureira, na zona Sul do Rio de Janeiro.

O vídeo tem duração de dois minutos e mostra o pai gritando, dando vários tapas, e tentando sufocar a criança enquanto ela chora desesperadamente, sentada em um carrinho. "Fica quieto”, grita o homem na gravação. “Cala a boca, desgraçado, cala a boca. Cala a boca, diabo”, diz.

 No WhatsApp, o homem escreve para a esposa: “Dei na cara dele mesmo, dei muito soco, era para ter matado ele. Se eu pudesse faria pior. Eu cheguei a enforcar, mas não fui até o fim. Ele vai morrer. Você está brincando comigo, essa noite eu vou te matar a facada”, diz, para continuar humilhando a mulher em comentários degradantes.

Um tio da criança, irmão da mãe do menino, usou o Facebook para divulgar o vídeo, que foi compartilhado mais de mil vezes. "Muitas pessoas me adicionaram por solidariedade, outras queriam fazer justiça com as próprias mãos, pediam o endereço dele. Eu não dei porque, por mais que a Justiça seja demorada, é a melhor maneira de resolver as coisas”, afirma.

O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador). Agora, o menino mora com a mãe na casa da avó materna, desde janeiro de 2016. Já o homem, é funcionário público e trabalhava na Secretaria estadual de Educação do Rio de Janeiro, e antes de passar no concurso, havia sido professor primário. No entanto, após a divulgação do caso, foi afastado do cargo.

O delegado assistente Pablo Sartori, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), informou que a especializada pediu a prisão preventiva do homem. O inquérito foi concluído e enviado à Justiça.