Anitta está podendo e nesta sexta-feira (6) foi discursar na Universidade de Harvard, localizada em Cambridge, Massachusetts, nos Estados Unidos. Assista na íntegra ao final da matéria.

Dividindo o tempo do mega evento com figuras importantes da política e do empresariado, a cantora foi a mais aplaudida entre os palestrantes e impressionou ao expor suas estratégias.

Gerenciando a sua própria carreira aos 25 anos, a cantora que é formada em Administração e atualmente á a brasileira com carreira em maior ascensão internacional,  teve como tema a "música como instrumento de transformação" e deu lições de empreendedorismo e gestão de carreira por quase uma hora.

Anitta contou que teve uma infância pobre classificada por ela como "quase, quase na favela", e falou sobre o início da carreira em bailes funk, na época com cachê menor que R$ 150.

O sucesso da fala da artista foi tão grande que ela foi interrompida cerca de quatro vezes por aplausos da plateia. O homem mais rico do Brasil, o bilionário Jorge Paulo Lemann, assistiu da primeira fila e levantou para aplaudir Anitta.

"O funkeiro canta a realidade dele. Se ele acorda, abre a janela e vê gente armada e se drogando, gente se prostituindo, essa é a realidade dele", disse. "Para mudar as letras do funk, você tem que mudar antes a realidade de quem está naquela área", afirmou a artista, que depois de falar sobre sua origem humilde e sobre o funk, falou sobre suas estratégias para ganhar dinheiro e conquistar o público internacional.

"Antes, tinha uma equipe comigo e eu era só artista. Mas não concordava com o modelo de negócio, o dinheiro era mal investido. Abri minha empresa na cara e na coragem aos 21 anos. Eu achava que chegaria aonde queria no Brasil aos 30 e poucos. Aí, aos 22, já estava superbem."

Desta forma, ela antecipou os planos antigos de ter uma carreira internacional:  "Fui sozinha para a Espanha conversar com empresários e produtores. Aí decidi ir para a rua. Comecei a pesquisar com o povo, na balada, perguntava quais sons eram aqueles, quem cantava, conversava com o DJ."

Ela fez o mesmo em Los Angeles, nos EUA, por meses. "Nessas baladas eu conheci vários artistas com quem depois cantei ou ainda vou cantar", disse.

Batalhadora, ela conta que dormir não era prioridade. "Chegava da balada, tomava um banho e ia para a reunião com os produtores."

"Vi que os três grandes mercados digitais são os de língua inglesa, língua espanhola e o português, porque o Brasil é muito grande. Eu pensei: se eu conseguir unir os números (de audiência) do Brasil e da América Latina, vou me equiparar aos do público em inglês", disse.

Em seguida, o plano era conquistar espaço nos Estados Unidos. "Caetano e Gil me chamaram para tocar na abertura da Olimpíada. Falei: vou cantar, claro, é um evento mundial, vai estar cheio de gringo no Brasil (...) Então, me programei para fazer uma música metade em inglês, metade em espanhol."

Ela contou ainda como as parcerias com nomes de sucesso latino-americano como J. Balvin e Maluma, a ajudaram a conquistar o público de países vizinhos.

Muitos não sabem que Anitta é não só formada em Administração mas também estagiou na mineradora Vale, onde "cuidava de seguros e garantias internacionais". Por lá, ela recebeu proposta de contratação e precisou fazer uma escolha: "Falei, olha, eu prefiro tentar a minha carreira. Liguei para a minha mãe e contei. Ela apoiou e disse que viraria até faxineira para me ajudar. Meu pai ficou com ódio louco, disse que eu ia "rebolar para bandido'."

"Mas, depois que eu comecei a ganhar dinheiro, meu pai ficou ótimo. Agora jura de pé junto que estimulou desde o primeiro dia", brincou ela, arrancando risadas da plateia.

Anitta ainda deu uma 'palinha' cantando versos de Downtown e deixou o palco sob aplausos e gritos.

_{*Com informações da BBC Brasil.}