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Coala Festival turbina aposta em nomes da MPB

Por Folha de São Paulo

05/09/2024 23h15 — em
Arte e Cultura



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um dos festivais de música brasileira mais populares do país, o Coala chega à sua décima edição nesta sexta-feira (6), no Memorial da América Latina, em São Paulo, onde acontece até o próximo domingo.

No line-up, os destaques são apresentações de Planet Hemp, Lulu Santos e O Terno, além de shows e encontros especiais como o em que Lenine e Marco Suzano cantam o seu disco "Olho de Peixe" e o momento em que Xande de Pilares interpreta as músicas de Caetano Veloso.

O evento, que surgiu num momento em que o underground paulistano fervilhava de novidades, termina sua década num ambiente comercial e cultural muito diferente.

Hoje, é possível perder a conta dos festivais centrados na música brasileira. Só neste ano, houve o Festival de Verão de Salvador, o Planeta Atlântida, no Rio Grande do Sul, e o Breve Festival, em Belo Horizonte, só para citar os que não acontecem no Rio de Janeiro e em São Paulo, eixo onde a competição é ainda mais acirrada, com o Turá, na capital paulista, o Rock the Mountain, na serra fluminense, e o Doce Maravilha, no Rio de Janeiro.

"Até a pandemia, ficamos navegando sozinhos", afirma o publicitário Gabriel Andrade, um dos criadores do festival. "Hoje, virou uma loucura. Temos que antecipar a programação, e os custos explodiram."

A ideia do Coala surgiu quando Andrade, que tinha acabado de chegar à capital paulista, depois de ter se mudado do interior, ficou órfão da programação do Studio SP, quando a casa paulistana fechou as portas pela primeira vez, em 2013. "Foi lá que eu descobri Céu, Tulipa Ruiz, Emicida, Criolo, Curumin", afirma o criador sobre a casa.

Sua ideia era construir um festival que ilustrasse a passada de bastão da música brasileira do século 20 para o século 21, uma ideia vista no Coala com a justaposição de nomes como Angela Ro Ro e Letrux, Ney Matogrosso e Duda Beat, Gal Costa e Tim Bernardes --o último show da cantora baiana, aliás, aconteceu na edição de 2022 do evento, dois meses antes de sua morte.

Andrade, que classifica os fãs do evento como "informados e educados", afirma que o festival vende cerca de 4.000 ingressos assim que é anunciado, mesmo sem revelar qualquer nome do line-up. Isso porque o escopo de curadoria do Coala, apesar de ser amplo, é bem definido -- por mais que inclua nomes do hip-hop e, nos últimos anos, também da música eletrônica, sua escalação se concentra nas searas do indie e da MPB.

Depois da pandemia, o festival expandiu seu alcance de duas maneiras -- além do selo Coala Records, que lançou discos de artistas como o fenômeno Bala Desejo e o rapper carioca BK', o Coala realizou neste ano sua primeira edição fora do Brasil, em Cascais, na região metropolitana de Lisboa. Foi um espaço de experimentação onde o evento expandiu sua curadoria para artistas lusófonos, com a presença, para lembrar dois exemplos, da angolana Pongo e da portuguesa Carminho.

Em São Paulo, o Coala implementa essa expansão em sua versão brasileira. No domingo, o palco eletrônico contará com a curadoria do selo português Enchufada. "O futuro do Coala está mais nisso", afirma Andrade. "Você precisa reeducar o público brasileiro a consumir coisas que ele não conhece, e a gente vai começar a fazer isso aos poucos e promover mais esse intercâmbio."

Coala Festival

Quando: Sex. (6) a dom. (8)

Onde: Memorial da América Latina - av. Mário de Andrade, 664, São Paulo

Preço: De R$ 140 a R$ 460

Classificação: 16 anos


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