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Diretor de 'Sr. e Sra. Smith' replica ação e comédia com Matt Damon e Casey Affleck

Por Folha de São Paulo

07/08/2024 9h45 — em
Arte e Cultura



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Fissurado em pôr duplas para enfrentar os pandemônios do cinema de ação, o diretor Doug Liman lança agora "Os Provocadores", em que Matt Damon e Casey Affleck cooperam a contragosto num assalto. A primeira vez que ele experimentou o sucesso da fórmula foi há quase 20 anos, quando escalou Angelina Jolie e Brad Pitt para fazer um casal de espiões apaixonados que precisam se aniquilar em "Sr. e Sra. Smith".

O cineasta depois juntou Tom Cruise e Emily Blunt no apocalipse de "No Limite do Amanhã", fez Anne Hathaway e Chiwetel Ejiofor roubar joias em "Confinamento" e levou Tom Holland e Daisy Ridley ao universo distópico de "Mundo em Caos". Com Damon, ele trabalhou primeiro em "A Identidade Bourne".

"Gosto de pensar que esse novo filme seria muito diferente se eu não tivesse feito ‘Sr. e Sra. Smith’", diz o diretor. "Mas eu ainda não havia criado uma 'buddy comedy' antes", ele acrescenta, citando o subgênero do cinema em que dois sujeitos de personalidades conflitantes precisam trabalhar juntos, e que dá o tom de "Os Provocadores", lançado no Apple TV+.

Na trama, Casey Affleck é Cobby, um ex-presidiário forçado a firmar parceria com Rory, o personagem de Matt Damon. A missão deles é roubar um político corrupto. Só que a empreitada dá errado, e os dois precisam deixar os conflitos de lado para arquitetar uma fuga.

Se as filmagens de "Sr. e Sra. Smith" serviram para fazer Angelina Jolie e Brad Pitt se conhecerem e se apaixonarem, Damon e Affleck, por sua vez, já mantinham uma relação há anos. Os dois trabalharam juntos em "Gênio Indomável", de 1997, e, mais recentemente, no vencedor do Oscar "Oppenheimer".

"Casey e eu crescemos juntos, então estamos sempre procurando formas de colaborar", conta Damon. "‘Os Provocadores’ foi uma chance de interpretar personagens do tipo que crescemos assistindo."

"Não estávamos tentando criar uma dupla melhor que a de outros filmes", acrescenta Affleck. "Nós meio que nos inspiramos em todos eles e tentando fazer algo com que pudéssemos nos relacionar. Filmes desse tipo dão certo porque falam sobre o poder duradouro da amizade."

Há ainda uma terceira figura importante na história —Donna Rivera, a terapeuta de Rory, que é convencida a acompanhá-los na perseguição. Para além do contexto cômico que sua calmaria adiciona ao assalto, a terapeuta serve de pretexto para o filme às vezes escapulir da ação desenfreada, e falar também de temas mais sérios, como saúde mental.

"Ainda que seja uma comédia, queríamos ancorar o longa no mundo em que vivemos. Políticos corruptos e saúde mental são assuntos sobre os quais as pessoas pensam muito hoje, e falar deles ajuda a tornar a trama mais atual", diz Damon.

Chau, que faz a terapeuta, concorreu ao Oscar de atriz coadjuvante no ano passado por "A Baleia". Lá ela também faz uma personagem que oferece apoio ao protagonista, mas num contexto muito mais dramático, como amiga de um professor com obesidade mórbida. Depois a atriz fez personagens menores em "O Menu" e "Asteroid City".

"Sou avessa à ideia de dizer para onde quero que minha carreira vá porque acho tolice esperar que a vida se desenrole exatamente como eu planejo", ela afirma, ao ser questionada sobre como "Os Provocadores" avança seu trabalho após o prestígio que a cercou no Oscar.

"O único desejo que alimento é o de trabalhar com mais cineastas internacionais. Tive um gostinho disso com Yorgos Lanthimos em ‘Tipos de Gentileza’", Chau segue, mencionando o novo filme do cineasta grego que estreia no fim deste mês. "E eu adoraria filmar no Brasil um dia. Só me lembro de assistir ‘Orfeu Negro’ quando era jovem e pensar ‘quero conhecer o Carnaval’. O cinema tem essa bela capacidade de levar diferentes pontos de vista às pessoas."

OS PROVOCADORES

- Quando Nesta sexta-feira, dia 9, no Apple TV+

- Classificação 16 anos

- Elenco Casey Affleck, Hong Chau e Matt Damon

- Produção EUA, 2024

- Direção Doug Liman


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