'Hoje meu choro é de alívio', afirma ex de DJ Ivis após expor agressões dele
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Agredida pelo DJ Ivis, 30, a arquiteta e influenciadora Pamella Holanda, 27, fez um desabafo nas redes sociais. Depois de agradecer a todo o apoio que tem recebido, disse que agora se sente melhor após expor a violência que sofria.
"Dizer que não estou bem, mas que estou segura, eu e minha filha. E dizer também que hoje o meu choro é de alívio por ter certeza que Deus está com a gente, que nunca mais vou viver o que vivi e que não preciso mais fingir pra ajudar ninguém", postou.
Ela ainda adicionou ao comentário que "não existe fama, status, dinheiro, posição social, contato ou influência que permita ele [Ivis] de ficar impune".
Após a divulgação de vídeos em que DJ Ivis aparece agredindo a ex-mulher, o músico, conhecido como astro da pisadinha, foi afastado neste domingo (11) de todos os compromissos profissionais pela produtora Vybbe, responsável pelo gerenciamento da carreira dele.
Produtor, cantor, compositor e tecladista, o artista emplacou hits como "Volta Bebê, Volta Neném", "Não Pode se Apaixonar" e "Volta Comigo BB" .
Nas imagens, Pamella aparece levando chutes, socos e empurrões do ex-marido. A Polícia Civil do Ceará, onde a violência teria ocorrido, investiga o caso.
"Eu me calei por muito tempo. Eu sofria sozinha com minha filha, sem apoio até dos que se diziam estar ali pra ajudar, que eram coniventes e presenciavam tudo calados. A desculpa que eu tinha que aguentar calada porque era o 'jeito dele', era esse o 'temperamento dele'. Não se calem", emendou a arquiteta.
Pamella também publicou uma imagem na qual aparece grávida da filha e refletiu. "Por mim e por você, minha filha, que é mulher. Que sentia junto comigo antes de nascer a angústia, o medo. Estamos salvas", escreveu.
Em duas das cenas, há testemunhas. Uma mulher e um homem não identificados aparecem próximos ao ex-casal. Pamella divulgou também fotos que mostram ferimentos no corpo e na boca.
VERSÃO DO DJ DJ
Ivis postou vídeos afirmando que há acontecimentos que não aparecem nas imagens reveladas pela ex-mulher. "Eu sempre apanhei com a minha filha no braço, alguém tem noção do que é isso?", ele pergunta em um vídeo em que a arquiteta aparece tentando dar tapas nele, com a filha no colo.
"Sempre tentei fazer de tudo para que isso não chegasse ao extremo. E, como eu disse, tenho como provar tudo, nada vai justificar a reação que eu tive, mas não aguentava mais ameaças", afirmou.
De acordo com a versão do artista, a ex-mulher o impedia de sair de casa e fazia ameaças contra a própria vida e dizia que sumiria com a filha por não admitir o fim do relacionamento. Ele chegou a registrar um boletim de ocorrências sobre o caso.
"Saí de casa e tenho assumido todas as despesas da filha. Foi feita a denúncia, mas ainda não fui ouvido. Tudo será devidamente provado e esclarecido com o tempo", ele disse
APOIO
Pamella recebeu apoio de várias artistas após divulgar as cenas de agressão. "Por nenhuma mulher a mais silenciada, a violência não deve nem pode nos calar. Não existe justificativa. Todo o meu apoio a Pamella e repúdio às cenas e atos de horror do Dj Ivis. Violência contra mulher é crime", disse Juliette, campeã do BBB 21.
"Não justifique o injustificável", afirmou a atriz Giovanna Lancellotti, em um recado para o DJ. "Não existem justificativas ou argumentos que diminuam as provas e a existência do crime cometido. É inaceitável, intragável e brutal", opinou a cantora Marília Mendonça.
DJ Ivis já foi tecladista e produtor da banda Aviões do Forró e depois participou da reconstrução da carreira do líder do grupo, Xand Avião. Xand, sócio da empresa Vybbe, também se manifestou e disse que não admite nenhum tipo de violência.
"Não tem explicação", afirmou. Segundo ele, a Vybbe vai ajudar Pamella e a filha no que for preciso. Ele afirmou que não há como seguir trabalhando com DJ Ivis. Xand demitiu Ivis da empresa.
A cantora Solange Almeida, ex-Aviões do Forró, divulgou um vídeo orientando as mulheres vítimas da violência a procurarem ajuda. "Amor com violência é doença", disse. "Tenha consciência do ciclo da violência: primeiro vem a tensão, depois a agressão, depois a desculpa, em quarto a calmaria e em quinto a nova agressão. Em outras palavras, ele não vai mudar".
A cantora contou que já sofreu violência doméstica e denunciou. "Não é fácil denunciar, mas é preciso. Briga de marido e mulher se mete a colher, sim", completou.
Para a apresentadora Eliana, posicionamentos como o de Xand são importantes nos casos de violência doméstica. "Que a justiça seja feita", pediu.
Lideranças políticas falaram sobre o caso e pediram providências contra a violência a que são submetidas as mulheres. A vereadora Mônica Benício (PSOL-RJ), por exemplo, reforçou que é importante denunciar e combater a lógica machista e cruel. "Pamella, você não está sozinha", afirmou.
"As imagens, que não recomendo que ninguém veja, são chocantes e não deixam dúvidas da violência praticada", escreveu a vereadora Erika Hilton (PSOL-SP).
Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o governo federal recebeu 105.671 denúncias de violência contra a mulher em 2020. Desse total, 75.753 denúncias diziam respeito à violência doméstica e familiar. Entre as principais estavam ameaça ou coação, constrangimento, agressão e tortura psíquica.
ASSUNTOS: Arte e Cultura