Margareth Menezes defende axé em meio a polêmica de Claudia Leitte
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em uma apresentação em Salvador, nesta quarta-feira (1°), a ministra da Cultura Margareth Menezes e a cantora Daniela Mercury enalteceram as religiões de matriz africana.
A dupla pediu respeito aos cultos após polêmica de Claudia Leitte, que substituiu "Iemanjá" por "Yeshua" termo que significa Jesus, para algumas denominações cristãs na música de axé "Caranguejo".
"É importante a gente buscar na história desse povo afro-brasileiro, dessa cultura com tantas perseguições, desde o tempo da escravidão. Está na hora da gente pensar melhor e se comportar melhor em relação aos direitos dos povos afro-brasileiros", disse a ministra no evento Pôr do Som, no Farol da Barra, em Salvador.
"Se o candomblé sofre preconceito é porque o preto sempre sofreu preconceito, isso é uma consequência do racismo", afirmou Daniela Mercury. "Eu não seria quem sou sem os terreiros de candomblé, sem o povo que mantém sua cultura através da religião".
Leitte foi acusada de racismo religioso pela mudança da letra, composta pelos músicos Alan Moraes, Durval Luz, Ninho Balla e Luciano Pinto. O caso está sendo apurado pela Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa do Ministério Público da Bahia.
Neste domingo (29) a cantora se pronunciou sobre a polêmica. "O racismo é uma pauta muito profunda", disse, em entrevista, "tenho minha integridade e meus valores não serão postos à mesa".
ASSUNTOS: Arte e Cultura