Rival de Punta Cana, La Romana é retiro de famosos, com golfe e mar cor turquesa
LA ROMANA, REPÚBLICA DOMINICANA (FOLHAPRESS) - "Aqui é o mar do Caribe, cristalino. Não tem aquele sargaço todo de Punta Cana, que fica no oceano Atlântico", disse o gerente do hotel enquanto os hóspedes admiravam as águas turquesa da praia de Minitas, em La Romana.
A frase revela uma rixa amigável entre balneários da República Dominicana, e reflete uma realidade. Punta Cana, mundialmente famosa, é banhada em sua maior parte pelo Atlântico, onde as algas são um problema recorrente. Em certos períodos, o excesso delas invade as praias, tornando o banho menos agradável.
La Romana, em contraste, está inteiramente no mar do Caribe, onde o sargaço raramente chega. O cenário, digno de um descanso de tela de computador, encanta.
Ainda na rixa interbalneária, La Romana ganha pontos pela proximidade com um dos principais atrativos do país como um todo: Isla Saona, ilha deslumbrante no Parque Nacional Cotubanamá e que recebe entre 600 mil e 1 milhão de visitantes por ano.
Os barcos para Isla Saona costumam sair de Bayahíbe, que fica a menos de 30 minutos de La Romana. Assim, o passeio fica bem menos cansativo do que partindo de Punta Cana, e o turista pode passar mais tempo relaxando.
Em terra, as maiores atrações de La Romana ficam em um complexo hoteleiro de luxo chamado Casa de Campo Resort y Villas. Pioneiro no turismo para viajantes de alta renda na região, ele ocupa 2.800 hectares, equivalente a 18 parques Ibirapuera.
A área é tão grande que os trajetos internos têm de ser feitos de carro, com os ônibus internos ou usando os carrinhos de golfe que são fornecidos aos hóspedes.
Apesar de contar com 247 quartos de hotel, há também mansões que podem ser alugadas por alguns milhares de dólares por noite. Elas ganham o nome de villas, termo usado desde a Roma antiga para se referir às residências de campo dos ultrarricos. Algumas são de propriedade do hotel, mas uma parcela expressiva é de donos milionários ou bilionários.
Quando seus proprietários não estão na região, o aluguel temporário é organizado pela administração do complexo. Apesar de diferentes entre si, as casas são divididas em categorias pré-estabelecidas -as mais caras têm acesso direto à praia.
Uma atividade que atrai o público de alta renda para a região é o golfe. O resort tem três campos, mas o que leva amantes do esporte do mundo todo a La Romana se chama Teeth of the Dog -"dentes de cachorro" em inglês. O projeto do campo é de Pete Dye, um arquiteto-paisagista-de-campo-de-golfe muito celebrado (sim, essa profissão existe e é muito importante para os aficionados).
A taxa para jogar nesse campo pode chegar a US$ 550 (R$ 3.340) para não hóspedes. Iniciantes podem fazer aulas em simuladores de golfe no próprio complexo por valores bem abaixo disso.
O ponto turístico famoso da região (além as praias, é claro) também fica dentro do complexo. É a Altos do Chavón, uma vila renascentista italiana projetada no fim dos anos 1970 -auge da arquitetura pós-moderna, em que recriações e releituras de períodos históricos antigos eram celebradas.
Nesse vilarejo de faz de conta, estão restaurantes, lojas e atrações culturais com vistas para o rio. Tem até uma escola de artes, afiliada da Parsons School de Nova York, em que artistas chegam a pagar US$ 1.500 (cerca de R$ 8.600) por 30 dias de residência.
O ponto alto da visita é o Museu Arqueológico. Seu acervo inclui mais de 3.000 peças do povo taíno, como eram chamados os povos originários na ilha de Hispaniola, hoje extintos. A sequência da exposição é clara e o acervo é mais impressionante até mesmo que o acervo permanente do Museu do Homem Dominicano da capital, referência no tema.
Outro destaque é o anfiteatro em estilo grego (com direito a ruínas de mentirinha de um templo, ao fundo). Ele tem capacidade para 5.000 pessoas e já recebeu grandes artistas internacionais, como a lenda Frank Sinatra, que cantou na inauguração.
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