Sessão de 'Wicked' atrasa após acusação de transfobia, e mulher é retirada pela polícia
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A influenciadora Malévola Alves acusou uma mulher no foyer do Teatro Renault, em São Paulo, de um ataque transfóbico, enquanto esperava para assistir à sessão do musical "Wicked", na noite desta quarta-feira (26).

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A influenciadora acusou a mulher, que estava acompanhada de sua filha, de tê-la tratado pelo pronome masculino ainda do lado de fora do teatro.
Alves, então, trouxe a discussão para dentro da sala, no centro da cidade, falando para o público presente e publicando vídeos em seu Instagram, com mais de 840 mil seguidores. "Eu fui vítima de transfobia por aquela mulher", diz Alves. "Ela me chamou de homem".
Convidada a se retirar da sala, a agressora se opôs a princípio, mas enfim saiu, após a Polícia Militar do Estado de São Paulo comparecer ao local. A confusão atrasou em 18 minutos a sessão, marcada para as 20h.
Em seguida, o presidente do instituto Artium, Carlos Cavalcanti, subiu ao palco e se dirigiu à plateia. "Peço desculpas por esse acontecimento, por esse atraso. Tudo o que a gente pode admitir, é bom que a gente admita na vida, mas transfobia em 'Wicked', não dá", disse. "Talvez ela precisasse muito assistir a 'Wicked' para aprender alguma coisa na vida."
Durante a apresentação, a atriz Fabi Bang, que interpreta Glinda, fez referências ao episódio, soltando a frase "transfobia, jamais" enquanto cantava a música "Popular". Depois, ela também lamentou o caso em um vídeo nas redes sociais.
"Eu estava espiando pelo pelo buraco da fechadura, praticamente. A criança se levantou junto e o teatro inteiro estava gravando a situação, até que a criança colocou a mão no rosto e chorou copiosamente de vergonha", disse Bang. "Me entristece muito toda a situação, principalmente isso acontecendo dentro de um ambiente como uma sala de teatro, em um ambiente onde nenhuma intolerância é bem-vinda."
Em nota, a equipe do musical repudiou o ocorrido. "A história de 'Wicked' celebra a aceitação das diferenças e a luta contra preconceitos, valores que também defendemos fora dos palcos. Nosso espetáculo é e continuará sendo um espaço seguro para todas as pessoas, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual. Acreditamos que o teatro deva ser um ambiente de acolhimento e representatividade e não toleramos qualquer discriminação em nenhuma de suas formas."

ASSUNTOS: Arte e Cultura