Ex-assessor diz que destruiu provas a pedido de Geddel e Lúcio
RIO — O ex-assessor Job Robeiro Brandão informou à Polícia Federal que destruiu provas contra o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e o irmão dele, o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Job, que está em prisão domiciliar, foi assessor parlamentar de Lúcio. Ele negocia um acordo de delação premiada com a à Procuradoria-Geral da República (PGR). Em depoimento na terça-feira, obtido pela revista época, ele contou que destruiu documentos, agendas e anotações a mando de Geddel, Lúcio e a mãe deles.
Ao delegado Marlon Cajado na Superintendência da Polícia Federal da Bahia, em Salvador, o ex-assessor contou que picotou papéis e os jogou na privada e descatou outros documentos no lixo.
À revista época, o advogado Marcelo Ferreira, que defende o ex-assessor, disse que, "apesar de figurar nos registros da Câmara dos Deputados como secretário parlamentar, na prática as atividades de Job se resumiam aos interesses pessoais dos parlamentares e familiares". Ainda segundo o advogado, Jobe era "um verdadeiro empregado doméstico, refém das circunstâncias e obrigado a devolver a maior parte de seu salário, pago pelos cofres públicos”.
Job foi preso em setembro após a Polícia Federal encontrar suas digitais no dinheiro - mais de R$ 51 milhões - encontrados em um apartamento em Salvador, usado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Em outro depoimento à PF, ele contou que recebia dinheiro vivo de Geddel para contar na casa da mãe do ex-ministro. Segundo ele, as quantias variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil e que não sabia de onde vinham as cédulas e nem para onde iam depois.
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