Estado Islâmico reivindica ataque a Parlamento e mausoléu de aiatolá Khomeini
LONDRES — O Estado Islâmico reivindicou os ataques ao Parlamento do Irã e ao mausoléu do aiatolá Khomeini, informou a Amaq, agência de propaganda do grupo extremista. Na manhã desta quarta-feira, quatro homens armados invadiram o Congresso iraniano e abriram fogo no túmulo do líder religioso, a poucos quilômetros ao sul da capital Teerã, em ataques quase simultâneos que mataram ao menos 12 pessoas e feriram outras 42. Esse foi o primeiro ataque do Estado Islâmico no país.
"Combatentes do Estado Islâmico atacaram o mausoléu de Khomeini e o Parlamento em Teerã", confirmou a agência.
Segundo a mídia iraniana, todos os quatro terroristas foram mortos. Eles se vestiam de mulheres, segundo vice-ministro do Interior, Mohammad Hossein Zolfaghari, em entrevista à TV estatal. Ainda não se sabe como eles passaram pelos pontos de verificação de segurança.
Um terrorista se explodiu no quarto andar de um prédio do Parlamento iraniano enquanto as forças especiais intervinham contra três homens armados, segundo a televisão pública. A agência de notícias Tasmin disse que quatro pessoas chegaram a ser mantidas reféns no prédio do Congresso.
Outros três homens armados, um com uma pistola e dois com fuzis AK-47, realizaram o ataque no centro de Teerã, segundo o legislador Elias Hazrati, entrevistado pela televisão estatal.
Esse é o ataque terrorista mais violento em Teerã desde os anos turbulentos após a Revolução Islâmica em 1979. Ataques dessa natureza são extremamente raros no Irã, particularmente na capital altamente controlada onde pontos turísticos e governamentais são fortemente policiados. A posse de armas é severamente controlada no país, o que gera especulações sobre tráfico de armas dentro do Irã.
Apesar do envolvimento ativo do Irã no combate ao EI no Iraque e na Síria, o grupo extremista sunita não havia realizado nenhum ataque dentro do país predominantemente xiita. No entanto, nos últimos meses, o grupo intensificou sua campanha de propaganda na língua persa, mirando a minoria sunita no Irã. As agências de inteligência iranianias já disseram ter frustrado uma série de conspirações jihadistas.
Outro legislador disse que um dos homens armados foi cercado por forças de segurança e que todas as portas do prédio foram fechadas, informou a agência de notícias ISNA. Os atiradores mataram sete pessoas e feriram vários outras, disse a Tasmin.
— Eu estava dentro do Parlamento quando os tiros aconteceram. Todos ficaram chocados e assustados. Vi dois homens disparando aleatoriamente — disse um jornalista que pediu para não ser identificado.
ATAQUE AO MAUSOLÉU
Cerca de meia hora depois, um homem abriu fogo contra o mausoléu do aiatolá Khomeini, ferindo várias pessoas, disse a TV de língua inglesa do Irã. Uma mulher já havia se explodido nesta manhã no exterior do mausoléu, segundo a mídia iraniana. Em comunicado, a agência estatal disse, no entanto, que os ataques ao túmulo do líder religioso foram realizados por dois suicidas.
A agência de notícias estatal ISNA citou um funcionário no mausoléu dizendo que o atacante se explodiu com uma bomba depois de atirar em pessoas.
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