Advogado pagou US$ 130 mil por silêncio de atriz pornô sobre Trump
WASHINGTON E NOVA YORK - Um advogado do hoje presidente Donald Trump providenciou em 2016 um pagamento de US$ 130 mil para uma ex-estrela do cinema pornô, um mês antes das eleições de 2016, como parte de um acordo que a impediu de discutir publicamente um suposto encontro sexual com Trump, segundo o "Wall Street Journal".
Com base em várias fontes, o diário nova-iorquino diz que Michael Cohen, então advogado da Trump Organization, pagou Stephanie Clifford em outubro de 2016, depois de uma negociação por um acordo de não divulgação do episódio que ela relataria.
Stephanie, cujo nome artístico é Stormy Daniels, alegou que o encontro com Trump ocorreu após eles se conhecerem em um torneio de golfe de celebridades de julho de 2006 em Lake Tahoe (Nevada), segundo as fontes do jornal. Trump casou-se com a modelo Melania Trump em 2005 e teve seu mais novo filho, Barron, em 2006.
"Estes são relatos antigos e reciclados que foram publicados e negados fortemente antes das eleições", disse um funcionário da Casa Branca.
Em comunicado ao diário, Cohen não abordou o pagamento, mas disse sobre a suposta relação sexual que "o presidente Trump mais de uma vez negou veementemente qualquer caso".
"Esta é agora a segunda vez que você está levando alegações estranhas contra meu cliente. Você tentou perpetuar esta falsa narrativa há mais de um ano; uma narrativa que foi constantemente negada por todas as partes desde pelo menos 2011", rebateu Cohen ao jornal.
No entanto, segundo o diário, sobram evidências de que Stormy Daniels, hoje com 38 anos, conversou com o programa matinal Good Morning America, da ABC, em 2016 para dar detalhes do suposto encontro.
Ela apareceu em cerca de 150 filmes adultos e era considerada uma das maiores estrelas da indústria quando conheceu Trump no Campeonato Americano do Século em 2006, realizado no campo de golfe Edgewood Tahoe.
Outra estrela do cinema pornô, Jessica Drake, mais tarde alegou em uma conferência de imprensa (em outubro de 2016) que Trump beijou a ela e outras duas mulheres sem permissão em uma suíte de hotel depois do mesmo evento de golfe de 2006.
Stormy não respondeu aos pedidos de contato.
VÁRIAS ACUSAÇÕES DE CONDUTA IMPRÓPRIA
Não há alegação de relação não consensual no caso de Stormy — Trump foi acusado por pelo menos 17 mulheres de má conduta sexual, em alegações que vão de apalpar a beijá-las em público e em privado.
Na reta final da campanha presidencial do ano passado, uma gravação mostrava Trump se vangloriando de “pegar as mulheres pela xoxota”, por ser poderoso. O escândalo quase lhe custou a eleição, mas ele disse que se tratava de uma “conversa de vestiário” e o caso acabou esquecido, principalmente depois que Trump levou para a plateia do último debate presidencial três mulheres que acusaram de assédio o ex-presidente Bill Clinton, marido da candidata democrata Hillary Clinton.
Em dezembro, mais de cem parlamentares democratas pediram uma investigação do presidente pelas diferentes acusações de assédio sexual.
— O abuso sexual não será tolerado, seja por um produtor de Hollywood, um chef de restaurante, um membro do Congresso ou o presidente dos EUA — disse a deputada democrata Lois Frankel. — Nenhum homem ou mulher está acima da lei.
O número de apoiadores de uma investigação contra Trump era pequeno, mas pulou para mais de cem após a entrada do apoio dos colegas homens de partido.
— Por muito tempo, a responsabilidade pelos próprio atos não vem sendo uma prioridade, e o mau comportamento tem passado impune. Por muito tempo, vozes corajosas fracassaram por causa de ouvidos surdos, e este tempo agora acabou — afirmou a deputada Brenda Lawrence.
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