Surto renal e neurológico em sete homens assusta MG
Um homem morreu e outros seis estão internados na região de Belo Horizonte após apresentarem um conjunto de sintomas repentinos que incluem insuficiência renal, alterações neurológicas, vômitos e náuseas.
Laudo da Polícia Civil a que a Folha teve acesso indica a presença de uma substância chamada dietilenoglicol na cerveja Belorizontina, da marca mineira Backer, que poderia ser a causadora do quadro.
A substância química é usada para evitar que líquidos congelem e para impedir que evaporem —a Backer afirma que a substância não faz parte de seu processo de fabricação.
A Polícia Civil avisa que os lotes L11348 e L21348 da cerveja não podem ser consumidos e pede aos consumidores que os devolvam, se os encontrarem.
A polícia instaurou nesta quinta-feira (9) ação cautelar e informou que várias frentes de ação serão adotadas. A investigação está na fase inicial, e segundo a polícia, não há informação se foi intencional. Por ora, o quadro é tratado como síndrome nefroneural, e novos testes serão realizados.
“A situação é grave e os consumidores estão expostos a risco”, afirma Amauri da Mata, promotor do Procon Estadual.
O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que foi notificado em 5 de janeiro pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais “sobre a ocorrência de casos graves de insuficiência renal aguda com alterações neurológicas de causa não identificada”.
“A situação é grave e os consumidores estão expostos a risco”, afirma Amauri da Mata, promotor do Procon Estadual.
O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que foi notificado em 5 de janeiro pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais “sobre a ocorrência de casos graves de insuficiência renal aguda com alterações neurológicas de causa não identificada”.
O ministério informou que auxilia técnicos das secretarias municipal e estadual na investigação e não validou a informação sobre a morte.
A pasta disse ainda que os municípios de Ubá e Nova Lima também notificaram casos, mas que “o local provável de exposição” dos sete casos é Belo Horizonte.
O primeiro caso notificado data de 30 de dezembro. Todas as vítimas são homens, com idade entre 23 e 76 anos. Eles têm em comum o fato de terem frequentado recentemente o bairro Buritis, na zona oeste da capital —um dos mais populosos de Belo Horizonte, com 30 mil moradores.
Relatos do surto começaram a circular nas redes sociais no primeiro fim de semana deste ano.
Disseminou-se por pelo menos 25 grupos de WhatsApp a hipótese de que o surto poderia ter sido causado pelo consumo de alimentos contaminados em Buritis, bairro residencial de classe média, o que alarmou os moradores.
“Dezenas de pessoas entraram em contato comigo e chegaram a falar que não comem nada no bairro até que a situação seja resolvida”, afirma o empresário Braulio Lara, presidente da Associação dos Moradores do bairro Buritis.
Durante a semana, a informação de que a cerveja seria a fonte da contaminação também se disseminou pela cidade e em grupos de WhatsApp.
A cervejaria negou que o produto e as garrafas que o armazenavam estivessem contaminadas.
Na quarta (8), a perícia da Polícia Civil esteve na sede da cervejaria, no bairro Olhos D’ Água, para investigar se houve contaminação do produto.
A Cervejaria Backer declarou, por meio de nota, que está colaborando com os órgãos públicos de saúde que estão realizando perícias em todo o seu processo de produção.
Disse também que vai manter os consumidores, distribuidores e a sociedade informados, tão logo tenha acesso aos laudos periciais, ora em curso.
Informou ainda que por precaução, vai retirar imediatamente de circulação os lotes em questão, L1 1348 e L2 1348, e que o dietilenoglicol “não faz parte do processo de produção da cerveja Belorizontina.”
A Backer está presente em 11 estados brasileiros, entre eles São Paulo, Rio, Bahia e Espírito Santo, além de Minas.
Colaborou Geórgea Choucair
ASSUNTOS: backer, cerveja backer, cerveja becker, cerveja bh, Surto renal e neurológico em sete homens assusta MG, Brasil