Após declarar apoio a Haddad, Joaquim Barbosa rebate Bolsonaro e reclama de 'manipulação'
RIO - O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa rebateu o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) no Twitter e o acusou de usar seu nome em "manipulação" durante a campanha eleitoral. Após anunciar em seu Twitter o apoio ao candidato do PT, Fernando Haddad , o candidato escreveu na rede social que Barbosa disse que "só Bolsonaro não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção do mensalão".
Barbosa ressaltou que, desde 2014, "jamais emitiu opinião sobre a conhecida Ação Penal 470" e até mudou de atividade profissional. Neste sábado, o ex-ministro publicou um "esclarecimento público no Twitter" e desautorizou Bolsonaro a usar seu nome neste sentido. Ele frisou que, como o processo em questão envolvia líderes e presidentes de partidos, "jamais poderia" ter absolvido ou exonerado ou mesmo julgado o candidato do PSL.
"Bolsonaro não era líder e nem presidente do partido. Ele não fazia parte do processo do mensalão. Só se julga quem é parte do processo. Portanto, eu jamais poderia tê-lo absolvido ou exonerado. Ou julgado. É falso, portanto, o que ele vem dizendo por aí", escreveu o relator do processo do Mensalão.
O ex-ministro do STF destacou que o uso de seu nome por Bolsonaro, a seu ver, foi "manipulação".
"Faço um esclarecimento público para desmentir uma manipulação que vem sendo feita ao longo desta triste campanha eleitoral. Até a data de hoje eu ignorei completamente o uso do meu nome na campanha por um dos candidatos. Mudei de ideia porque hoje reiterou-se a manipulação".
A declaração foi feita pouco depois de o candidato do PSL comentar em seu Twitter o apoio do ex-presidente do STF ao petista . O capitão da reserva destacou que Barbosa já disse que "só Bolsonaro não foi comprado pelo PT". Junto com o texto, o candidato do PSL postou um vídeo de Barbosa no julgamento do mensalão, em que cita a compra de votos para a aprovação da Reforma da Previdência e Tributária e diz que "somente o senhor Jair Bolsonaro, do PTB, votou contra a aprovação da referida lei".
Faço um esclarecimento público para desmentir uma manipulação que vem sendo feita ao longo desta triste campanha eleitoral. Até a data de hoje eu ignorei completamente o uso do meu nome na campanha por um dos candidatos. Mudei de ideia porque hoje reiterou-se a manipulação.
— Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) 27 de outubro de 2018
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a manipulação foi reiterada em resposta ao exercício, por mim, da liberdade de dizer em quem vou votar amanha. Seguinte:
— Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) 27 de outubro de 2018
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desde 2014 jamais emiti opinião sobre a conhecida Ação Penal 470. Mudei de atividade profissional. Virei a página. Mas vou esclarecer às pessoas sem conhecimento técnico o seguinte: 1) a AP 470 envolvia sobretudo líderes e presidentes de partidos.
— Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) 27 de outubro de 2018
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Bolsonaro não era líder nem presidente de partido. Ele não fazia parte do processo do Mensalão. Só se julga quem é parte no processo. Portanto, eu jamais poderia tê-lo absolvido ou exonerado. Ou julgado. É falso, portanto, o que ele vem dizendo por aí.
— Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) 27 de outubro de 2018
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Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad.
— Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) 27 de outubro de 2018
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