Bolsonaro diz que livros didáticos atuais são 'lixo' e defende mudança
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (3) que os livros didáticos atuais são "lixo" e que a partir de 2021 o governo irá "suavizar" a linguagem do material entregue nas escolas.
Segundo um site de notícias do Globo, bolsonaro deu as declarações ao conceder uma entrevista na portaria do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
Sem ser questionado, o presidente voltou a dizer que não pode ter "essa historinha de ideologia" porque o "moleque" não vai "defender o sexo aos 12 anos de idade".
"Devemos buscar cada vez mais facilitar a vida de quem produz, fazer com que essa garotada aqui tenha um ensino que vá ser útil lá na frente. Não ficar nessa historinha de ideologia. Esse moleque é macho, pô. Estou vendo aqui, o moleque é macho, pô. E os idiotas achando que ele vai defender o sexo aos 12 anos de idade. Sai para lá", afirmou o presidente.
"Tem muita coisa, até a questão de livros, botei uma matéria ontem, já começa a mudar alguma coisa. Mas tem livros que eu vou ser obrigado a distribuir esse ano ainda levando-se em conta sua feitura em anos anteriores. Tem que seguir a lei. A partir de 2021, todos os livros serão nossos, feitos por nós. Os pais vão vibrar. Vai estar lá a bandeira do Brasil na capa. [...] Vai ter lá o hino nacional. Os livros hoje em dia, como regra, são um montão de amontoado de muita coisa escrita. Tem que suavizar aquilo. Em falar em suavizar, estudei na cartilha 'Caminho Suave', você nunca esquece. Não esse lixo que, como regra, está aí. Essa ideologia de Paulo Freire", acrescentou.
Declarado em 2012 patrono da educação brasileira, Paulo Freire desenvolveu uma estratégia de ensino baseada nas experiências de vida das pessoas, em especial na alfabetização de adultos.
Bolsonaro costuma criticar o educador e, no mês passado, chegou a dizer que Paulo Freire é um "energúmeno".
"Pedagogia do Oprimido", uma das obras de Freire, é o único livro brasileiro a aparecer na lista dos 100 títulos mais pedidos pelas universidades de língua inglesa consideradas pelo projeto Open Syllabus.
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