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Cabe ao Inep fazer a gestão do Enem, diz ministro da educação

Por Portal Do Holanda

27/11/2018 14h36 — em
Brasil



BRASÍLIA — Sem citar Jair Bolsonaro, o ministro da Educação Rossieli Soares disse que, por questão de segurança, a prova do Enem deve permanecer na esfera do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Bolsonaro declarou que gostaria de ver as provas antes, sob alegação de que quer evitar questões polêmicas para os alunos. O ministro disse que o próximo governo pode mudar as regras, mas até agora a elaboração das provas não passava pelo crivo de outras autoridades do governo.

O ministro afirmou ainda que não defende o ensino à distância no ensino fundamental, disse ser contra a ideologização e partidarização dentro das escolas, mas entende que a escola não pode ser censurada e que ela precisa ser capaz de resolver os seus conflitos. Ele também destacou que ainda não foi procurado pelo ministro da Educação anunciado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, o colombiano Ricardo Vélez. 

Rossieli destacou que nenhum ministro ou presidente "olhou" as provas do exame, mas que caberá a "eles" decidirem.

— Sobre a declaração do novo ministro, se o presidente vai ou não vai ver a prova, caberá a eles a partir do dia primeiro de janeiro entender qual o seu modelo de gestão. O que eu posso dizer é que nós entendemos, por questão de segurança para as próprias autoridades, é que cabe as equipes do Inep fazerem a gestão sobre a prova. Na nossa gestão, eu e, pelo que sei, os outros ministros também nunca olharam. Então eu não tenho nada a declarar em relação a isso, é uma decisão o próximo presidente com o seu ministro a forma de gestão. É um processo, procedimento, que eles certamente vão ter que ter muito cuidado, por que existem muitos procedimentos de segurança envolvendo a prova do Enem. Por exemplo, ela fica numa sala cofre do Inep e só sai de lá pra ir pra gráfica acompanhada de policiais federais, então existe, processo, procedimento que precisará ser revisto pra que isso aconteça— afirmou.

Perguntado sobre a educação a distância no ensino fundamental, o ministro afirmou ser contra. Ele acredita que a educação presencial deve ser a base.

— Em relação a educação a distancia no ensino fundamental nós somos sempre favoráveis a que sempre tenha a educação presencial como base. A educação a distância pode ser um suporte a mais para aumentar a carga horária, trazer outras possibilidades, aulas de reforço, de acompanhamento, de nivelamento, uma série de possibilidades. Mas que tem que ser garantidas após termos a educação presencial com o professor dentro de sala. Nós nunca discutimos escola a distancia para o ensino fundamental.  Vamos apresentar os nossos pontos. Eu defendo a educação presencial sempre, mesmo na educação a distância. Eu defendo sempre o professor junto aos nossos jovens. Na sala de aula tem que ser com professor ao vivo.

O projeto "Escola Sem Partido" também foi lembrado pelo ministro. Ele afirmou ser contra ideologização e partidarização, mas que a escola não pode ser censurada e ela própria deve ser capaz de resolver os seus conflitos.

— Sobre o escola sem partido é um processo que está em discussão no Congresso. Eu já me manifestei a isso, sou contra qualquer tipo de ideologização, partidarização dentro da escola, mas entendemos que nós temos outros caminhos. Nós precisamos fortalecer primeiro o diálogo dentro da escola.  A escola brasileira precisa ser capaz de resolver esses conflitos, não pode ter censura de nenhum tipo. Todo aluno que tenha um pensamento mais de um jeito ou mais de outro, tem que poder se manifestar e ter este diálogo para encontrar a solução se houver alguma divergência sobre qualquer tema. Existem canais pra isso na escola, existem canais pra isso dentro das redes e a gente precisa fortalecer esses canais.

No início da tarde de hoje, o Ministério da Educação lançou o programa Escola do Adolescente que visa promover melhorias no ensino fundamental 2, que vai do 6° ao 9° ano, a fim de combater a repetência e o abandono nos anos finais do ensino fundamental. O projeto será destinado ás escolas públicas com anos finais do ensino fundamental  e consiste em uma plataforma virtual que irá agregar ferramentas de gestão e cursos para gestores e educadores; e também será uma forma da escola ouvir o adolescente com relação a críticas e melhorias que poderão ser feitas no âmbito pedagógico.

O programa terá início em 2019. De acordo com o ministério as ações focam, prioritariamente, na construção de métodos de ensino mais atrativas para os adolescentes e que tornem o ensino de melhor qualidade. Cerca de 12 milhões de alunos, 765 mil docentes, 65 mil estabelecimentos de ensino e 150 mil gestores estarão aptos a participar do programa. Haverá um repasse de 360 milhões de reais neste ano e em 2019 para um grupo prioritário de 13 mil escolas escolas públicas já inscritas no Novo Mais Educação. Esses recursos serão usado para ampliação de carga horária e para ações do projeto Escola do Adolescente.

A implementação se dará através das formações continuada de professores e gestores e avaliação formativa aos alunos em língua portuguesa, matemática, ciências e língua inglesa. Além disso haverá um questionário de engajamento dos alunos; consolidação do diagnóstico; plano de ação com metas e estratégias e a execução do plano de ação.

A publicação da plataforma e adesão das redes estaduais e municipais ocorrerão entre os dias 10 e 31 de dezembro e a adesão e cadastro das escolas a partir do dia 11.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: Bolsonaro, Inep, Rossieli, Brasil

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