Precisa-se de garçom ou garçonete, com experiência, escolaridade compatível e facilidade de se relacionar com o público”. Sai na frente o candidato mais bonito, certo? Errado.

Pelo menos é o que mostra estudo da Elancers, uma plataforma de recrutamento e seleção de pessoal. Pelo levantamento, que ouviu 2.075 recrutadores, beleza acima da média atrapalha mais do que ajuda no mercado de trabalho. A pesquisa aponta que 46% dos que selecionam profissionais preferem contratar pessoas com “beleza mediana” e só 2% admitiram buscar candidatos muito bonitos.

— Acho que a beleza ajuda, sim, mas ter capacidade para o cargo é mais importante — defende a garçonete Michele Santos, de 27 anos, há cinco trabalhando num restaurante do Centro.

Marcelo Leite, patrão de Michelle, que comanda uma equipe de 17 pessoas, sendo seis mulheres, diz que não escolhe funcionários pela aparência. Porém, reconhece que beleza e simpatia ajudam e aponta outras qualidades:

— Ter noção de atendimento é fundamental para quem vai lidar com público.

Rafaela da Silva, também de 23 anos, é vendedora numa loja de roupas femininas e não concorda com o resultado da pesquisa:

— Não tem nada a ver. Acho que ser bonita conta ponto, sim. Dependendo do local em que a pessoa vai trabalhar, muito mais ainda. É o caso, por exemplo, de que quem vai exercer uma função em que é necessário atender o público. Nunca me atrapalhou (ser bonita). Agora, as cantadas acontecem e é preciso saber driblá-las. Isso não tem mais acontecido, porque há oito meses estou trabalhando numa loja de roupas femininas. Mas no emprego anterior, numa academia, onde era recepcionista, era inevitável.

O presidente da Elancers, Cezar Tegon, diz que os dados são atualizados periodicamente e comprovam a tendência das empresas de evitarem pessoas muito bonitas “para não desestabilizar o ambiente de trabalho”. A opinião, porém, não é unânime. O especialista em recrutamento Luiz Wever, da Odgers Berndtson, garante que não leva em conta a aparência do candidato.

— É difícil até de interpretar o que é uma linha mediana de beleza. É muito pessoal — afirma.

A especialista em recrutamento Tânia Zambom concorda com a pesquisa, mas aponta funções em que a beleza conta pontos, como no caso das aeromoças, demonstradoras de produtos de beleza e recepcionistas de eventos.

Já para Marisa Chaves, fundadora do Movimento de Mulheres de São Gonçalo, o único padrão a ser seguido deve ser o da capacidade e habilidade para a função. Informações do site Extra.