Adolescente apreendido por ajudar a planejar massacre em Suzano esteve com assassino em estande de tiro
A Polícia Civil de Suzano obteve um vídeo que mostra um dos assassinos do massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, ocorrido há uma semana, em um estande de tiro de armas tipo airsoft na Zona Leste de São Paulo acompanhado do adolescente apreendido nesta terça-feira (19) suspeito de ter participado do planejamento. Ao todo dez pessoas morreram no massacre.
Segundo o G1 São Paulo, as imagens obtidas pela polícia mostram o assassino de 17 anos, usando um boné, na companhia do adolescente apreendido, em um estande de tiro de uma loja de airsoft em um shopping na Zona Leste de São Paulo às 10h25 do último dia 8, cinco dias antes do massacre. As armas de airsoft são réplicas de armas usadas em simulações de jogos que atiram projéteis plásticos não letais.
No vídeo, o assassino aparece manuseando uma besta e é observado pelo adolescente apreendido. A besta foi uma das armas levadas pelo outro assassino, de 25 anos, para dentro da escola no dia do massacre. Eles eram ex-alunos do colégio.
Para a investigação, as imagens comprovam a participação do adolescente apreendido como um dos mentores intelectuais da ação, junto com os dois assassinos.
O jovem de 17 anos foi apreendido em casa e levado ao Instituto Médico Legal (IML) da cidade, onde foi submetido a exame de corpo de delito. De lá, seguiu para o fórum, onde foi ouvido por uma juíza. Ele foi internado em uma unidade da Fundação Casa, onde permanecerá por 45 dias.
“Ele é mentor intelectual, comprou objetos, objetos que poderiam fazer ele participar daquele delito, participação dele com um dos autores na compra de outros objetos e na idealização de outros objetos", disse na terça-feira o delegado Alexandre Dias, titular da delegacia de polícia de Suzano.
A Justiça autorizou a internação provisória do adolescente, após o Ministério Público entender que ele participou efetivamente do planejamento do massacre. "Foram apresentadas provas de conteúdo cibernético que indicava a participação desse menor na criação do delito. Há provas testemunhais", disse o delegado.
O adolescente apreendido não possui antecedentes criminais.
Dentre os elementos apontados pela investigação para obter a decisão judicial, contudo, está um celular, que foi apreendido em posse do adolescente, e que havia sido roubado em novembro de 2015 em uma casa em Mogi das Cruzes. Os policiais localizaram também uma testemunha que apontou uma conversa com o adolescente, em que ele descreveu o que faria junto com os demais atiradores.
Os detalhes sobre as novas provas que a polícia obteve sobre a possível participação do adolescente de 17 anos do massacre não podem ser revelados por estarem sob sigilo, disse o delegado em coletiva à imprensa na Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes.
Ainda sobre o adolescente, o delegado afirmou que "o perfil psicológico dele está sendo feito por exames periciais".
Alexandre disse ainda que busca identificar quem vendeu a arma. "Há uma linha de investigação nesse sentido, quem vendeu a arma e ajudou eles a terem acesso a arma."
ASSUNTOS: escola em Suzano, massacre, tiroteio, Brasil