Assessora do governador de Tocantins sacou quase R$ 1 milhão, diz STJ
A investigação sobre possível desvio de recursos públicos em Tocantins revelou que o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e seus familiares recebiam dinheiro das empresas contratadas para fornecer cestas básicas ao estado. Em uma operação da Polícia Federal, foram realizados mandados de busca nesta quarta-feira (21), autorizados pelo ministro Mauro Campbell, do STJ.
Segundo o UOL, durante a investigação, foi identificado que apenas uma assessora de Barbosa, Layane Sousa, sacou R$ 916 mil em espécie. O governador recebeu R$ 5.000 de um empresário cujas empresas firmaram contratos milionários para o fornecimento das cestas básicas entre 2020 e 2021. Três assessores do governador estariam envolvidos, com evidências de que eram proprietários de empresas contratadas ou receberam dinheiro dessas empresas.
A primeira-dama Karynne Sotero Campos é suspeita de movimentar grandes quantias, possivelmente para lavagem de dinheiro. O deputado estadual Yhgor Leonardo (Leo Barbosa), filho do governador, é acusado de utilizar emendas parlamentares para adquirir "cestas básicas de papel" em troca de vantagens indevidas.
O ministro Mauro Campbell, na decisão que autorizou a operação, mencionou "fraudes sistemáticas" e desvios de recursos públicos durante a pandemia, com gastos de R$ 38 milhões para aquisição de cestas básicas, muitas das quais não foram entregues ou foram entregues em quantidades inferiores ao contratado.
O governador e seus familiares negam irregularidades. O governador afirmou não ter controle sobre as despesas do programa e a primeira-dama disse estar tranquila quanto à investigação. O caso é um dos três inquéritos em andamento no STJ que investigam corrupção e lavagem de dinheiro na Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social de Tocantins.
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