Câmera no Estácio foi desligada na véspera da morte de Marielle Franco
RIO — Cinco câmeras da Secretaria de Segurança que estavam no trajeto da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes foram desligadas no período entre 24 e 48 horas antes dos assassinatos, informou a colunista do jornal "Extra" Berenice Seara em sua coluna desta quinta-feira. O contrato de manutenção das câmeras havia terminado em outubro, mas elas continuaram funcionando normalmente até serem desconectadas.
Um dos equipamentos de monitoramento — cujas imagens são remetidas ao sistema do Centro Integrado do Comando e Controle (CICC), na Praça Onze — poderia ajudar nas investigações do crime. A câmera da estação do metrô do Estácio grava em 360 graus. E fica bem diante do ponto onde aconteceram os disparos contra o carro da vereadora.
Marielle e Anderson morreram há exatos 50 dias. Até agora, nem o atirador, nem os mandantes do crime, foram apontados pela polícia.
Em 1º de abril, O GLOBO publicou reportagem com duas testemunhas do assassinato de Marielle e Anderson Gomes. Uma delas contou que foi um homem negro que atirou na vereadora:
— Foi tudo muito rápido. O carro dela (Marielle) quase subiu a calçada. O veículo do assassino imprensou o carro branco — disse a testemunha, ao jornal. — O homem que deu os tiros estava sentado no banco de trás e era negro. Eu vi o braço dele quando apontou a arma, que parecia ter silenciador.
As duas testemunhas disseram não ter visto um segundo carro na emboscada contra a vereadora, embora câmeras de rua tenham flagrado um possível segundo veículo, na saída de um evento onde Marielle estivera na Lapa.
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