Criminosos afirmavam estarem 'possuídos' para estuprarem adolescentes de igreja
Três jovens, com idades entre 18 e 19 anos, foram presos sob a acusação de abusar sexualmente de adolescentes. Eles diziam estar possuídos e abusavam de adolescentes de igrejas evangélicas durante 'ritual', em Cariacica, no Espírito Santo.
Os acusados frequentavam ativamente as igrejas, participando de cultos, grupos de oração e até mesmo cantando. Essa presença constante e participação nas atividades religiosas permitiu que eles ganhassem a confiança dos adolescentes e de seus familiares, que também frequentavam os cultos.
Após conquistarem a confiança das famílias, os criminosos começaram a organizar grupos de oração exclusivos para adolescentes entre 13 e 18 anos. Esses encontros não aconteciam nas dependências da igreja, mas em outros locais, como a casa de uma adolescente de 17 anos (que também está envolvida nos crimes) e as residências dos próprios acusados. O uso do WhatsApp para marcar esses encontros demonstra a premeditação e o planejamento dos abusos.
Durante os encontros, um dos suspeitos começou a alegar que recebia "entidades malignas". Usando essa falsa possessão como pretexto, ele obrigava os adolescentes a manter relações sexuais, alegando que isso seria um "ritual" necessário para evitar que ele "piorasse" e, supostamente, matasse os familiares das vítimas. As ameaças eram feitas com o uso de facas e pedaços de pau, intensificando o medo e a coação.
Além dos abusos sexuais, os criminosos também induziam os adolescentes à automutilação, como se fosse um castigo, e exigiam fotos nuas das vítimas.
Os abusos foram descobertos em outubro de 2024, quando familiares das vítimas notaram mudanças em seus comportamentos. A descoberta de mensagens suspeitas nos celulares dos adolescentes confirmou as suspeitas e levou seis pais a procurarem a delegacia para denunciar os crimes.
A investigação da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) resultou na prisão dos três jovens acusados. A demora na divulgação das informações se deveu à necessidade de concluir as investigações e efetuar todas as prisões. O último suspeito foi preso no último domingo (29) e confessou os crimes. Nenhum dos três tinha antecedentes criminais. A polícia apreendeu celulares que serão utilizados como prova no processo.
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