O advogado do general da reserva Walter Braga Netto, José Luis Oliveira Lima, declarou nesta sexta-feira (27) que o tenente-coronel Mauro Cid é um “mentiroso contumaz” e informou que solicitará uma acareação entre os dois no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado. Lima contestou a delação de Cid, afirmando que a acusação é baseada em coação policial e que a participação do ministro Alexandre de Moraes, que também foi alvo do suposto golpe, deve ser questionada durante o processo.

Lima argumentou que a decisão de Moraes de manter Braga Netto preso por obstrução da Justiça é desprovida de provas concretas, sugerindo que o ministro foi induzido ao erro por informações enviesadas da Polícia Federal. Ele manifestou preocupação de que o julgamento não seja político, mas técnico, e que Moraes, como vítima, não deveria atuar no caso. O advogado também afirmou que não usará a delação como estratégia de defesa, já que acredita na inocência de seu cliente.

Além disso, Lima evitou comentar diretamente sobre as provas concretas que fundamentam as acusações contra Braga Netto, ressaltando que ainda não teve acesso completo aos autos do processo. Ele afirmou que a defesa do general não está se baseando nas declarações de Cid, mas em evidências documentais que sustentam as acusações de envolvimento no golpe. A defesa de Braga Netto é vista como um desafio, considerando a gravidade das acusações e as implicações políticas do caso.