'Doutor Bumbum' trabalhou como médico no Palácio do Planalto em 2008
BRASÍLIA - O Palácio do Planalto confirmou na manhã desta quarta-feira que o médico Denis César Barros Furtado, o “Doutor Bumbum”, trabalhou no local no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no período de 18/09 a 03/10/2008. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Geral da Presidência, Denis Furtado nunca fez parte do corpo funcional da Presidência da República, mas foi cedido temporariamente neste período, como o oficial médico temporário do Exército – 2º tenente, para realizar atendimentos na Clínica Geral que fica na Presidência.
Segundo o órgão, Denis Furtado não chegou a atender nenhuma autoridade. O Planalto informou ainda que, neste período, o "Doutor Bumbum" nunca participou de eventos oficiais, viagens presidenciais.
O médico, de 45 anos, e a mãe dele, Maria de Fátima Furtado, foram presos na semana passada no Rio. Eles são suspeitos da morte da bancária Lilian Calixto, após um procedimento estético para preenchimento dos glúteos ocorrido dentro de um apartamento na Barra da Tijuca. A namorada de Denis, Renata Fernandes Cirne, também está presa.
A informação sobre o trabalho no Planalto foi revelada hoje pelo jornal “O Estado de S.Paulo”. Segundo a reportagem, no período em que trabalhou no local, o médico “costumava falar de sua especialidade e oferecer realização de procedimentos estéticos a quem fosse atendido, criando queixas entre pacientes”. Denis Furtado trabalhou também no Hospital Militar de Área de Brasília (HMAB).
Além de procedimentos estéticos, o médico realizava tratamentos clínicos sem comprovação científica, cobrando preços altos e submetendo pacientes a constrangimentos. Uma paciente de 27 anos, que pediu anonimato, contou ao GLOBO que foi submetida a métodos de Termografia, ES Complex e Terapia Neural para evitar um câncer. Em Brasília, o “Doutor Bumbum foi denunciado por procedimento de “cura neural”. O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) cassou o registro médico de Furtado em um processo ético-profissional, mas ainda cabe recurso.
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