Explosões perto do STF repercutem na mídia internacional e cúpula do G20 no Brasil é citada
A morte de um homem após explosões em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, na noite de quarta-feira (13), gerou ampla repercussão na imprensa internacional. O incidente ocorreu na Praça dos Três Poderes, com outra explosão registrada minutos antes no estacionamento da Câmara dos Deputados. O intervalo entre as explosões foi de 20 segundos, e até o momento da última atualização, o corpo da vítima, identificada como Francisco Wanderley Luiz, ainda não havia sido retirado.
O jornal 'The New York Times' (EUA) tratou as explosões como um "bombardeio solitário" e lembrou a crescente hostilidade de setores da direita contra o STF. O 'El País' (Espanha) destacou a tensão política no Brasil e mencionou os ataques de 8 de janeiro, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram os três poderes. 'Le Monde' (França) levantou temores de um ataque às instituições brasileiras e associou o incidente ao clima político polarizado no país.
O 'The Guardian' (Reino Unido), por sua vez, enfatizou as preocupações de segurança devido à proximidade do G20, marcada para o Rio de Janeiro, na próxima semana, onde estarão presentes líderes globais, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden. O jornal 'La Nación' (Argentina) e 'Deutsche Welle' (Alemanha) também destacaram a operação de segurança e os esforços para entender os motivos por trás das explosões.
O caso segue em investigação, com autoridades de diversas esferas buscando esclarecer o que motivou o ataque.
O que disseram Bolsonaro e Alexandre de Moraes sobre o incidente?
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) repudiou os atos de violência e os classificou como um "fato isolado". Em sua primeira manifestação pública sobre o episódio, Bolsonaro se disse pesaroso pela morte de um homem que teria causado as explosões, atribuindo o incidente a possíveis "perturbações na saúde mental" do autor.
Por outro lado, o ministro do STF Alexandre de Moraes, em sua primeira manifestação sobre o caso, refutou a visão de Bolsonaro e afirmou que o ocorrido não pode ser tratado como um episódio isolado. Moraes lembrou que o ataque na Praça dos Três Poderes está relacionado a um contexto maior de incitação à violência iniciado durante o governo do ex-presidente, especialmente com o que ele chamou de "gabinete do ódio", uma rede de propagação de discurso de ódio contra as instituições, especialmente o Judiciário.
"O que aconteceu ontem não é um fato isolado do contexto. (...) mas o contexto se iniciou lá atrás, quando o 'gabinete do ódio' começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o STF principalmente contra a autonomia do Judiciário" afirmou o ministro na manhã desta quinta-feira.
Moraes também se manifestou de forma veemente contra a ideia de pacificação nacional sem a devida punição aos responsáveis por atos violentos e golpistas, mencionando especificamente a mobilização de bolsonaristas pela anistia a envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Para o ministro, sem responsabilização, a paz no país não será possível.
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