Dados divulgados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam um aumento alarmante nos focos de calor em agosto. Comparado ao mesmo período de 2023, a Amazônia registrou um crescimento de 120%, com 38.266 focos. O Pantanal viu um aumento de 3.910%, totalizando 4.411 focos, embora ainda abaixo dos números de 2020. O Cerrado também sofreu um aumento significativo de 171% nos incêndios.

De janeiro a agosto de 2024, a Amazônia acumulou o maior número de focos desde 2005, com 63.189 registros. Thais Bannwart, porta-voz do Greenpeace Brasil, aponta que, apesar da estiagem, os incêndios são provocados pela ação humana e criticou a impunidade. Ela defendeu a necessidade de medidas rigorosas contra os responsáveis e o bloqueio de financiamentos para propriedades que desrespeitam normas ambientais.

Estudos de caso do Greenpeace destacam a falta de responsabilização: apenas 0,003% das multas aplicadas a fazendas envolvidas no “Dia do Fogo” de 2019 foram pagas, e 29 dessas fazendas ainda receberam crédito rural. Além disso, imóveis rurais embargados pelo Ibama receberam R$ 68,2 milhões em crédito rural, quase o mesmo valor das multas aplicadas, mas apenas 0,1% desse valor foi quitado, evidenciando a impunidade.