O governo federal revisou para cima a estimativa do salário mínimo para 2025, agora projetado em R$ 1.509, acima dos R$ 1.502 previstos anteriormente no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025. A nova estimativa representa um aumento de 6,87% em relação ao salário mínimo atual, de R$ 1.412.

A revisão ocorreu devido a alterações na projeção da inflação e outros parâmetros econômicos, conforme informou a Secretaria de Política Econômica (SPE). A atualização reflete a política de valorização do salário mínimo, que é ajustado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás. A previsão do INPC foi revista de 3,25% para 3,65%. 

Com base nas novas projeções, o salário mínimo deverá atingir R$ 1.595 em 2026, R$ 1.687 em 2027 e R$ 1.783 em 2028. O reajuste do salário mínimo afeta diversos benefícios, incluindo previdenciários e assistenciais. Embora a equipe econômica tenha discutido a possibilidade de desvincular esses benefícios para controlar os gastos, a proposta ainda não foi aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A política de correção do salário mínimo tem aumentado os gastos obrigatórios, como os benefícios previdenciários e assistenciais, impactando a sustentabilidade fiscal. Segundo estimativas, o aumento do salário mínimo poderá levar a um crescimento de despesas de R$ 638 bilhões nos próximos dez anos, corroendo parte dos benefícios esperados com a reforma da Previdência de 2019.

Recentemente, o governo também revisou suas previsões de gastos, aumentando a previsão de despesas com a Previdência em R$ 4,9 bilhões e com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) em R$ 6,4 bilhões para este ano. Esses gastos, que crescem acima do limite fiscal permitido, estão pressionando o orçamento e levantando preocupações sobre a sustentabilidade das finanças públicas.

O presidente Lula mantém a defesa da política de reajuste do salário mínimo, resistindo à proposta de desvinculação dos benefícios previdenciários e assistenciais, mesmo diante da pressão para controlar os gastos públicos.