RIO - Conhecido pelo trabalho que faz ao redor do mundo em prol do meio ambiente, o Greenpeace virou alvo de ações judiciais de consumidores por cobranças indevidas. Somente no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) são 28 processos em que os envolvidos relatam ter autorizado uma doação para a ONG, mas acabaram recebendo cobranças mensais. Outra queixa é a dificuldade de cancelar o vínculo pelos canais de atendimento da organização.

De acordo com os relatos nos processos judiciais, não há opção de cancelamento pelo site. Já o atendimento pelo telefone 0800 da ONG nunca é concluído sob a alegação de que todos os operadores estão ocupados. Uma decisão do TJRJ garantiu R$ 3 mil por danos morais e R$ 160 por danos materiais a um dos doadores que recorreu ao judiciário.

— Quando uma entidade que se propõe a defender o meio ambiente engana e se aproveita de quem acredita na ação, lhe causando uma lesão, a Justiça deve censurar tal conduta para que se restabeleça a ética e para que se restaure a confiança na sociedade — comenta Flávio Citro, juiz do TJRJ.
De acordo com o Procon-SP, em casos de cobranças indevidas, deve-se comunicar os responsáveis pelos meio de pagamento, seja o banco ou a administradora do cartão de crédito. O órgão recomenda que os contatos sejam feitos por escrito e quando não for possível, que seja solicitado o número de protocolo, anotando data e horário, por exemplo. A orientação, caso a instituição financeira se negue a auxiliar o consumidor, deve-se procurar os órgãos de Defesa do Consumidor relatando o problema.

Questionado, o Greenpeace alegou que a dificuldade em responder às chamadas de seus mais de 90 mil doadores é devido ao alto número de ligações. Mas que o percentual de atendimento, em relação a todos os contatos que recebem diariamente, subiu de uma média de 40% em 2017 para 77% em 2018. A ONG disse ainda que atua para melhorar o atendimento dado às pessoas que os apoiam ou deixam de apoiá-los. O telefone para cancelamento é o 0800 7892510.