Jornalista da Globonews, Natuza Nery é ameaçada por policial em supermercado em SP
A Corregedoria da Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a denúncia de que a jornalista da Globonews, Natuza Nery, 47, teria sido ameaçada por um policial civil em um supermercado em Pinheiros, em São Paulo, na segunda-feira (30). A informação é da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
Segundo o boletim de ocorrência (BO), o policial identificado como Arcenio Scribone Junior, que atua como investigador, teria se aproximado de Natuza e perguntado se ela era a jornalista da GloboNews. Em seguida, afirmou que ela e a emissora seriam responsáveis pela situação do Brasil e que "pessoas como ela merecem ser aniquiladas".
De acordo com testemunhas, enquanto estava no caixa, o policial passou a xingar Natuza. Uma mulher que o acompanhava chegou a pedir para que ele parasse e o episódio atraiu a atenção de diversas pessoas no local.
A Polícia Militar foi chamada e registrou a ocorrência no 14º Distrito Policial, mas o caso foi transferido para a Corregedoria após a confirmação de que o Arcenio é um policial civil. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que diligências estão sendo realizadas no supermercado para obter imagens de câmeras de segurança e depoimentos de testemunhas.
Em uma conversa inicial com os policiais, o investigador negou as ameaças, alegando que apenas fez uma crítica ao trabalho da jornalista. Posteriormente, na delegacia, ele preferiu permanecer em silêncio. Arcenio foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exames toxicológicos e de embriaguez.
Além do inquérito, foi instaurada uma investigação administrativa que pode levar ao afastamento do policial.
Natuza não se pronunciou oficialmente, mas compartilhou a matéria de Mônica Bergamo em seus stories no Instagram e recebeu apoio nas redes sociais de anônimos e figuras públicas como o ministro Gilmar Mendes, do Superior Tribunal Federal. "O ataque sofrido por Natuza Nery, em razão do simples exercício diário de seu ofício, exige pronta resposta do poder público, em especial dos órgãos de persecução penal. É de nossa manutenção na pauta civilizatória que estamos a tratar. As democracias dependem do jornalismo profissional; sem ele, não há liberdade de informação e, por conseguinte, liberdade de expressão", declarou ele.
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